Guardadores de carros brigam e um é esfaqueado em discussão na Barra

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Uma briga entre guardadores de carros na Rua Leoni Ramos, em frente à Perini da Barra, terminou com um jovem esfaqueado na manhã deste domingo (13). A vítima golpeada foi identificada como Deivisson Silva e Silva, 20. Socorrido por policiais militares da 12ª Companhia Independente de Polícia Militar (Rio Vermelho), Deivisson foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE) com ferimentos no peito e nas costas. 

De acordo com os policiais, Deivisson relatou que foi atingido por um morador de rua de prenome Mateus, que também é guardador de carros. Segundo o posto policial do HGE, ambos teriam discutido após uma disputa pelo controle das vagas do estacionamento, que fica na Av. Centenário, no Chame-Chame. 

A mãe da vítima, a comerciante Andréa Bianca de Jesus Silva, 46, esteve na unidade e contou ao CORREIO que o filho é estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio João das Botas, na Barra, e ficou desempregado recentemente. “Meu filho fica naquele local sempre de manhã e volta às 18h para casa. Ele é um menino bom, sempre foi trabalhador, graças a Deus, e está estudando”, contou. Ainda conforme a mãe, Deivisson começaria nesta segunda-feira (14) um treinamento para ser jovem aprendiz numa empresa cadastrada no Instituto Brasileiro Pró Educação, Trabalho e Desenvolvimento (Isbet), nos Barris.

Muito abalada, Adriana foi medicada e ouvida pela Polícia Civil no hospital. “Quando meu filho disse que ele não poderia botar carro lá de jeito nenhum e que ele procurasse outro lugar para tomar conta, o cara levantou, pegou uma faca e deferiu no meu filho. A sorte foi que Deivisson recuou para trás, senão estaria morto”, disse ela, emocionada. O fato aconteceu por volta das 11h. Até às 12h30, Deivisson permanecia internado no hospital, no setor de sutura, aguardando para fazer um raio-x de avaliação. 

Antes de ir ao HGE, Adriana esteve no estacionamento para saber sobre o paradeiro de Mateus. Algumas pessoas que testemunharam o fato relataram à mãe que ele estava trajando uma bermuda verde e uma camisa azul e que teria fugido do local logo depois do crime. Como o filho estava trabalhando no local há uns três meses desde que ficou desempregado, Adriana já tinha ouvido falar de Mateus. “O pessoal que falou comigo não quer ele lá nesse local porque ele anda fazendo pequenos delitos, roubando as pessoas”, contou.

O padrasto da vítima, o pedreiro Afonso Jesus de Oliveira, 60, também conversou com o CORREIO. "Não sou pai biológico dele, mas fui eu quem o criei, então imagine chegar em casa no Dia dos Pais e sua outra filha te dar uma notícia dessa, de que seu filho foi esfaqueado", desabafou. “Ele é um menino que é atividade e esse cara veio tirar a paz de quem vive bem. Sempre o tive como meu filho e ele sempre me ajudou nos serviços como ajudante de pedreiro porque detesta ficar em casa sem fazer nada”, contou.

Local do crime

No local do crime, dois guardadores de carro confirmaram que houve uma discussão entre Deivison e Mateus. Segundo o flanelinha Edilson Ferreira, esse tipo de confusão é comum na área. "O que deu a facada (Mateus) é valentinho. Inclusive ele já me bateu pelo mesmo motivo", disse mostrando marcas escuras e cicatrizes no braço direito. Apesar de não ter presenciado o momento da briga, Edilson relatou que os dois eram amigos e a confusão foi repentina. "Do nada eles começaram a brigar porque um queria colocar o carro em um local e o outro não deixou", conta. Segundo ele, é comum receberem cerca de R$ 2 pela 'vigia' do carro.

Dois taxistas que não quiseram ser identificados contaram que geralmente as confusões são sempre pelos mesmo motivos: cobrar a algum motorista que teve o carro cuidado por outro flanelinha ou disputa de local no estacionamento. "Os dois são usuários de drogas e às vezes há outras coisas em jogo. Provavelmente o que foi esfaqueado vai querer se vingar", disse o taxista.

Até o momento, a identidade do suspeito não foi confirmada e ele segue sendo procurado pela polícia.