Hacker queria vender mensagens de Moro, diz advogado de DJ preso

Defensor diz que seu cliente apenas viu as mensagens conseguidas pelo amigo, também preso

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2019 às 22:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O advogado de Gustavo Elias Santos, 28 anos, preso por envolvimento nas invasões a contas e celulares de autoridades, afirmou que o cliente disse que outro preso, Walter Delgatti Neto, tinha intenção de vender as mensagens "hackeadas" de Sergio Moro ao PT.

O defensor Ariovaldo Moreira disse que o seu cliente não sabe se o material foi negociado. Afirmou ainda que Gustavo, que é DJ em Araraquara, não se envolveu na invasão.

Amigos há muito tempo, Walter apenas teria mostrado as mensagens que conseguiu ao DJ Gustavo. "Cuidado que você pode ter problema com isso", teria avisado Gustavo ao ver o material mostrado pelo amigo. 

Além de Gustavo e Walter, foram presos a mulher de Gustavo, Suelen Oliveira, e Danilo Marques. Todos foram transferidos de São Paulo para Brasília e ouvidos pela PF.

Dúvida O advogado afirma que o DJ a princípio não acreditou que as mensagens eram de verdade. A conversa sobre o tema entre os dois suspeitos, diz o defensor, foi em abril.

"Ele [Santos] disse que a intenção dele [Delgatti] era vender essas informações para o PT. Ele [Santos] confirma que o Walter mandou mensagens pra ele, mandou inclusive parte da interceptação telefônica do juiz Sergio Moro e a intenção, segundo ele, meu cliente, ele dá conta de que o Walter disse a ele que a intenção era vender essas informações para o Partido dos Trabalhadores", explica. "Intenção do Walter, meu cliente não está envolvido nessa empreitada criminosa".

Gustavo não sabe se havia mensagens de outras autoridades além de Moro, acrescenta o advogado. A PF também investiga uma suspeita de invasão ao celular do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná. 

Os quatro suspeitos foram presos ontem, em SP. A investigação aponta que o objetivo do ataque era ter acesso às contas de app de mensagens, como o Telegram. A PF não confirmou ainda se o ataque teve sucesso.