História dos meninos presos na caverna dá lições para sua vida profissional

Entenda a diferença que um líder humano faz em diversas situações

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  • Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

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No dia 23 de junho deste ano, em plena Copa do Mundo, o time de futebol que mais chamou a atenção do planeta foi o grupo de 12 garotos tailandeses presos em uma caverna durante duas semanas. O drama, acompanhado por bilhões de pessoas, teve um final feliz graças à disciplina dos jovens e à liderança e humildade do seu treinador. Um episódio que serve para ilustrar como uma grande crise pode ser vencida com inteligência e serenidade. O primeiro ponto a ser destacado é que em uma situação extrema não se deve perder o controle. “A crise está posta, o desespero não vai te ajudar”, ressalta Gabrielle 

Foletto, consultora da empresa Sonata Brasil, que mantém um blog sobre liderança e atitude profissional. O CORREIO abre hoje a série “O que 2018 tem a ensinar”, na qual recordamos os principais fatos do ano e o que eles têm a dizer para a vida profissional de todos nós. 

Vulnerabilidade Gabrielle diz que a confiança que o grupo tinha no treinador foi fundamental para que não houvesse uma tragédia na caverna, invadida pelas águas de uma forte chuva que deixou o grupo isolado, longe da entrada principal. A escritora, palestrante e coach Susanne Andrade ressalta uma característica do treinador que só ficou visível no dia 7 de julho, quando o grupo, ainda preso,  conseguiu enviar cartas aos parentes. “A humildade dele fez com que as pessoas se mobilizassem”, acredita Susanne, ao comentar o pedido de desculpas emitido por Ekkapol Chantawong por haver levado os meninos para a caverna após o treino de futebol do time, os Javalis Selvagens.

“Naquele momento, ele mostrou que era vulnerável. E uma das características mais admiradas em lideranças atualmente é o reconhecimento de sua humanidade”, avalia. Segundo ela, o treinador agiu como um ser falível, sem a intenção de ser visto como um deus pelos garotos.

União “Quando você emana uma energia, as pessoas respondem a essa vibração”, afirma Susanne, para quem a postura humilde do treinador foi importante não apenas para que os garotos obedecessem suas orientações para a prática da meditação durante parte do tempo. A prática ajudou os meninos a ficarem calmos e também a usar o mínimo de ar possível. 

Para se manterem unidos e aquecidos, os meninos, entre 11 e 16 anos, cavaram um buraco de cinco metros, utilizando pedras.  No dia 2 de julho, o treinador e os garotos foram localizados pela equipe de resgate, mas a saída de todos da caverna demorou mais dois dias.   Ao destacar que o bom líder foca nas pessoas, a coach pessoal e de carreira Sheila Sampaio destaca que o treinador soube mostrar aos meninos que ele tinha um rumo. “Pessoas inseguras tendem a tomar decisões que nem sempre são benéficas”, afirma Sheila, que atua há mais de 15 anos nas áreas de relacionamento, comunicação corporativa e gestão de pessoas, além de ser sócia da Sonata Brasil.  “O líder é responsável pelas vidas das pessoas. Empresas não são ONGs, têm que lucrar, mas o objetivo principal da liderança deve ser que as pessoas estejam felizes”, pondera Gabrielle.

Para sair da caverna antes da inundação

Humildade Reconheça quando estiver errado. Dar o braço a torcer não é sinal de incompetência, mas de que você está disposto a tomar as decisões que sejam mais adequadas União Se estão todos no mesmo barco, ou na mesma caverna, desavenças pessoais e pontos de vista distintos devem ficar em segundo plano. O objetivo é sobreviverPersistência  A esperança é - sempre -  a última que tem de  morrer. Todo mundo já ouviu isso. Então não desista ou ceda ao pessimismo antes do tempo de algo que seja vital para sua carreiraLiderança Na crise, alguém tem que tomar as decisões. Normalmente é possível discordar do líder e mudar de emprego. Mas, em casos extremos, o líder precisa ter a confiança de todos. Comunicação  Quando a vida das pessoas, de uma forma ou de outra, depende de um plano, é  fundamental que as ideias sejam comunicadas para que todos saibam o quê e como  fazer.