Homem tido como suspeito da morte de Beatriz estava preso na época do crime

Polícia Civil de Pernambuco soltou homem

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 13:00

- Atualizado há um ano

O homem apontado pela Polícia Civil de Pernambuco como suspeito de ter assassinado a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, com 42 facadas no dia 7 de dezembro de 2015, em Petrolina, estava preso na época do crime, por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.

As informações são da própria Polícia Civil, que, em nota enviada nesta quarta-feira (1º), afirma que o homem, identificado como Jailson José de Sá “foi preso em flagrante e recolhido à Cadeia Pública de Santa Maria da Boa Vista no dia 2 dezembro de 2015, onde permaneceu até 10 de maio de 2016.”

Devido a suspeita, a saliva de Jailson chegou a ser colhida pela Polícia Técnica de Pernambuco para realizar comparações do DNA dele com os dois perfis de DNA masculino encontrados na unha da garota e na faca usada para cometer o crime. Beatriz, 7 anos, foi morta com 42 facadas dentro da escola onde estudava  (Foto: Reprodução) Questionada pelo CORREIO, a polícia não informou se tinha conhecimento antes de colher material para exame comparativo de DNA que Jailson estava preso.

O homem foi solto nesta terça-feira. A prisão dele ocorreu na segunda por suspeita de participação no homicídio de Jean da Silva Santos, 29, no sábado passado. Jailson negou ter matado tanto Jean quanto Beatriz.

Apesar da revelação de que o apontado como suspeito estava preso no dia do crime, a polícia informou que divulgará o resultado do exame nos próximos dias.

O crime Beatriz, quando foi morta, morava com a família em Juazeiro, no Norte baiano. O crime ocorreu durante uma festa de formatura de final de ano de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina, quando a menina saiu para ir ao bebedouro perto da quadra. O corpo dela foi encontrado numa sala de material esportivo desativada.

Os pais da menina, Lúcia Mota e Sandro Romilton, continuam lutando para que o caso tenha, finalmente, uma resolução. Em fevereiro do ano passado, dois meses após o crime, os pais falaram sobre a angústia de não ter pistas sobre a motivação e autoria do crime.

“Esse monstro está solto na sociedade. A gente não sabe se ele vai agir novamente, com quem ou como. Minha vida parou, em todos os sentidos. Eu só penso em justiça”, disse a mãe da menina Lucia Mota, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

O pai, professor de inglês da instituição onde o crime ocorreu, narrou o desespero de todos quando foi notado o desaparecimento da menina. “Parecia uma cena de guerra, as pessoas gritando e desesperadas. Eu perguntei: 'cadê Bia?'. Me apontaram para uma sala, perto do bebedouro. Quando eu cheguei na porta tinha um segurança e ele disse: 'moço, não há mais nada que o senhor possa fazer'", relatou Sandro.

Antes, ele chegou a interromper a festa e subir no palco duas vezes para chamar pela filha. Uma das organizadoras da festa também pediu ajuda para localizar a filha caçula do professor. Na mesma noite, a filha mais velha dele estava entre os formandos do Ensino Médio. Beatriz era aluna da escola no Ensino Fundamental.