Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Apesar da tristeza de não se despedir no auge, Bolt agora só quer saber de curtir
Fernanda Varela
Publicado em 13 de agosto de 2017 às 19:38
- Atualizado há um ano
Ele surgiu sozinho, calado, com os olhos marejados. Ovacionado pelos 55 mil torcedores presentes no estádio olímpico de Londres, observou, fez o percurso nas pistas de forma bem diferente do habitual, lentamente, e, por fim, agradeceu. Neste domingo (13), Bolt fez sua despedida como atleta.
Com um pedaço da raia 7, a mesma onde correu os 100m e os 200m dos Jogos Olímpicos de 2012, prova pelas quais levou o ouro olímpico, Usain Bolt interrompeu o silêncio e agradeceu, mas admitiu frustração. “É muito triste ter que abandonar tudo agora, a torcida foi muito emocionante. Não foi um Mundial como eu esperava, mas não acho que um campeonato vai mudar o que fiz. Lembro que depois de perder os 100m alguém me disse: não se preocupe, Muhammad Ali perdeu sua última luta”, disse o jamaicano, que foi recepcionado no estádio com fogos e ao som de Reggae Night, de Jimmy Cliff. Bolt ganhou um pedaço da raia 7, a mesma que foi campeão olímpico, em 2012 (Foto: AFP) Apesar da tristeza de não se despedir no auge, Bolt agora só quer saber de curtir. E está ansioso por isso. “Agora vou ser livre (risos). Minha vida toda foi o atletismo, faço isso desde os dez anos, só sei fazer isso. Para mim, poder relaxar e curtir um pouquinho é animador. Ainda não sei o que vou fazer, mas não vou voltar a correr. Já vi muitos se aposentarem e depois decidirem voltar, mas eu não serei uma dessas pessoas”, garantiu a lenda.
O Mundial de Atletismo, para Bolt, foi marcado por drama, contusão e medalha. O jamaicano disputou duas provas: os 100m, pela qual conquistou o bronze, e o revezamento 4x100m, prova que não conseguiu completar após sentir cãibra e cair na pista.