Homens que fizeram reféns em posto na Santa Cruz têm prisão preventiva decretada

TJ-BA disse que todos já foram encaminhados para o Complexo da Mata Escura

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  • Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 17:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Os quatro suspeitos que invadiram, na tarde desta segunda-feira (10), o Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, no bairro de Santa Cruz, e fizeram pessoas 16 reféns por mais de três horas, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva mesta quarta-feira (12). 

A informação foi confirmada ao CORREIO pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA). A corte também afirmou que os presos já foram encaminhados para o Complexo Penitenciário de Mata Escura. 

Caíque Silva Cerqueira, 19 anos, Danilo Santos Nascimento, 28, Jeferson Oliveira Silvany e Erick dos Santos Batista, que não tiveram as idades reveladas, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), trocaram tiros com militares das Rondas Especiais (Rondesp) antes de renderem funcionários pacientes da unidade de saúde, incluindo uma adolescente de 12 anos.    Caique (verde) é suspeito de liderar ação (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) No dia da ação, Erick e Jeferson não tiveram os nomes divulgados pela pasta. Os suspeitos só liberaram as vítimas após negociação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com intermédio das mães de Danilo e Caíque. A imprensa também acompanhou toda negociação - a pedido dos quatro suspeitos.

Na ação, outros três homens que, ainda de acordo com a SSP-BA, também integra o grupo criminoso, foram alcançados e mortos por militares. São eles: José dos Santos Farias, 25 anos, Cláudio Januário dos Santos, 18 e Éricles Dias Borges dos Santos, 22. De acordo com o DPT, os três corpos continuam no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), onde aguardam a liberação dos familiares. 

O delegado Deraldo Damasceno informou à imprensa, momentos antes da libertação dos reféns, que todos os suspeitos que estavam dentro do posto são conhecidos das polícias Civil e Militar.

Troca de tiros Mãe de Caíque, a manicure Bárbara Silva Cerqueira, 43, foi levada até o posto de saúde e ajudou nas negociações."Eu pedi a ele que se entregasse, que ele não ia ser morto. Minha única preocupação era que ele saísse de lá sem vida. Infelizmente, minha dor é enorme, de ver meu filho nessa situação. Ele não tinha necessidade disso", afirmou ao CORREIO.Segundo ela, Caíque, que é nascido e criado no Nordeste, foi preso por tráfico de drogas há cerca de dois anos. "Ele passou três meses preso. Saiu e já não estava mais se envolvendo como antes. Eu não acredito que hoje ele estava armado", disse. A manicure Bárbara Silva [de verde], mãe de Caíque (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Uma testemunha ouvida pelo CORREIO contou que era por volta de 15h30 quando militares das Rondas Especiais (Rondesp) chegaram no Largo do Teodoro, em frente ao posto médico. "Já chegaram atirando. Eu sei que alguns deles se envolviam, mas não houve troca de tiros. Entraram no posto pra não morrer, por medo", disse.

Ainda segundo a moradora da Rua do Posto, localidade da Disneylândia, na tentativa de fugir, um dos homens perseguidos pela polícia entrou em uma casa e foi alcançado. "Mataram ele lá mesmo. Levaram uma quantia de R$ 2 mil da dona da casa, uma idosa, que não tinha a ver com nada. Como é que pode?", indagou à reportagem.

Um PM chegou a ser baleado na mão, mas foi socorrido até o Hospital Geral do Estado (HGE), e recebeu alta após ser medicado. 

Policiamento é normalizado O policiamento no bairro da Santa Cruz, no complexo penitenciário do Nordeste de Amaralina, voltou à normalidade nesta quarta-feira (12). O local havia recebido reforço no número de policiais depois que quatro homens entraram no posto de saúde e fizeram 16 pessoas de reféns, na segunda-feira (10). A unidade ainda não tem prazo para voltar ao funcionar.