Hospital Municipal de Salvador começa a funcionar em 52 dias

Unidade será primeira a ter leito de urgência para pacientes superobesos e psiquiátricos

  • Foto do(a) author(a) Carol Aquino
  • Carol Aquino

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 16:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Com 95% das obras concluídas, o Hospital Municipal de Salvador, no bairro de Boca da Mata, começa a funcionar em 52 dias - a inauguração no dia 29 de março foi confirmada nesta terça-feira (6) pelo prefeito ACM Neto, que visitou o local junto com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “Será um presente de aniversário para a cidade”, reforçou o prefeito. A unidade localizada na região de Cajazeiras será especializada em atendimento de urgência e emergência, mas disponibilizará também exames de alta complexidade para toda a população. 

“A expectativa da Prefeitura é de conseguir atender a essa área de Cajazeiras, que é uma das mais pobres e de maior densidade, mas é claro que vai ser um hospital para toda a cidade. Queremos reduzir essa demanda, que é ainda reprimida, de atendimento hospitalar da população”, afirmou Neto.

A estimativa é que sejam atendidos 1,2 mil pacientes por mês, apenas de emergência. Devem ser realizadas ainda 63 mil consultas, 2,4 mil exames, 500 cirurgias e 21,1 mil internações mensais.

O hospital contará com 210 leitos, sendo 30 de UTI (adulto e pediátrica), 150 de clínica médica cirúrgica e 30 de clínica pediátrica. Na ala de urgência e emergência, haverá 26 leitos de observação para adultos, sete leitos de observação pediátrica e 22 poltronas para aplicação de medicamentos. A área também contará com salas de curativo, aplicação de gesso e estabilização; quatro boxes de reanimação de vida e oito leitos similares ao de terapia intensiva.

Na unidade hospitalar também terão consultas médicas em diversas especialidades: cirurgia geral e pediátrica, traumatologia, pediatria, clínica médica, neurologia, cardiologia e ortopedia. Porém, elas estarão restritas aos egressos dos atendimentos de urgência e emergência do próprio hospital.  UTIs adulto e pediátrica já estão mobiliadas e terão ao todo capacidade para 30 leitos (Foto: Divulgação/Secom PMS) Equipamentos Algumas áreas do hospital já estão mobiliadas, como é o caso das UTIs adulto e pediátrica. Após o Carnaval começam a chegar os equipamentos, a maioria de tecnologia de ponta. “Procuramos trazer o que tem de mais moderno para o hospital”, explicou o coordenador de urgência e emergência do município, Ivan Paiva.

Os prontuários serão informatizados e o equipamento de raio-x será digital. Para ter acesso a este e outros exames como ressonância magnética, ecorcadiografia e endoscopia, o paciente poderá agendar seu atendimento pelo sistema Vida, software já usado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para agendamento de procedimentos.“O hospital vem para preencher lacunas identificadas no setor público de saúde disponível à população de Salvador”, aponta Paiva.Lá será o único hospital público da cidade com capacidade de atendimento de urgência e emergência a superobesos. Duas camas da UTI adulto suportarão pacientes de até 300 kg. Outra novidade será a criação de oito leitos para pacientes psiquiátricos (quatro na emergência e quatro na enfermaria).

Detentos ficarão internados em uma enfermaria separada, promovendo mais segurança para a população. 

O hospital municipal também contará com um heliponto, possibilitando o atendimento mais veloz de vítimas em estado grave, por exemplo. Uma sala exclusiva para atender pacientes críticos que chegam de helicóptero foi criada, possibilitando que eles sejam estabilizados e encaminhados para outros procedimentos de forma quase imediata.

Um convênio entra a Prefeitura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi firmado para disponibilizar o atendimento aeromédico. A partir desta sexta-feira (9), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contará com um helicóptero para os pacientes. Por enquanto, eles serão levados para o Hospital do Subúrbio, mas no final de março já podem ser encaminhados para o Hospital Municipal. 

O processo licitatório da empresa que fará a gestão do hospital está em fase final e o resultado deve ser publicado ainda este mês. O secretário de saúde do município, José Antônio Rodrigues Alves, adiantou que a instituição trabalha com ensino (residência médica) e pesquisa. Ao total, foram investidos R$ 120 milhões em construção, mobiliário e equipamentos. O montante é composto 100% de recursos próprios da Prefeitura. 

Visita O ministro Ricardo Barros veio a Salvador a convite do prefeito ACM Neto, que está em busca de mais parcerias para custear o funcionamento do empreendimento. O ministro explicou que, inicialmente, a contribuição a ser dada é padrão no país e refere-se ao faturamento dos serviços prestados na unidade.

“O hospital terá os credenciamentos e habilitações necessários e tudo o que for produzido aqui terá a remuneração federal de 50% do custo do serviço. Tenho certeza de que será oferecido aqui um serviço de altíssima qualidade. O modelo mais eficiente de gestão será implantado aqui. A contribuição de parlamentares também ajudará na sustentabilidade dessa maravilhosa obra”, destacou Barros.

Neto já havia falado mais cedo da solicitação por mais recursos federais para custeio das unidades de saúde dos municípios, durante encontro do ministro Ricardo Barros, prefeitos e gestores da área, realizado nesta terça-feira (6), na sede da União dos Prefeitos da Bahia (UPB), no CAB. 

O gestor ressaltou que as administrações municipais ainda precisam muito dos recursos federais na área da saúde, pois são elas que custeiam profissionais, insumos e medicamentos fundamentais para o funcionamento das unidades do setor.

“Existe um pleito coletivo para ampliar a transferência de recursos de custeio. São recursos que vão garantir o funcionamento no dia a dia e na manutenção dos postos de saúde e unidades de urgência e emergência. Também solicitamos uma ampliação do teto de média e alta complexidade, que vai atender as principais unidades hospitalares tanto de Salvador quanto do interior do estado”, explicou Neto.