Hotéis já sentem impacto de voos cancelados pela Avianca; companhia vive crise

Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) cita taxa de ocupação em 66%

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  • Gil Santos

Publicado em 5 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A forte crise que atinge a Avianca já está impactando o setor hoteleiro no estado. É o que explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Glicério Lemos. Segundo ele, a taxa de ocupação em março foi de 66%, maior que os 65% do ano passado, mas distante dos 8% que eles esperavam de crescimento. A companhia de aviação tem, hoje, uma dívida de R$ 10 milhões, somente com as taxas de embarque.

“É muito preocupante a situação da Avianca porque abala a hotelaria diretamente. Os hotéis estão registrando cancelamentos de grupos que viajariam por essa companhia. Estamos em baixa estação e, no ano passado, esse período já tinha sido ruim”, afirmou.

Ele acredita que a extinção dos sete voos anunciada em março e a suspensão dos voos que sobraram em abril vão gerar um efeito cascata:“Isso reflete durante o ano todo, porque muitos turistas compram as passagens com antecedência e as operadoras fazem pacotes com antecedência. Essa incerteza faz as pessoas até trocarem o destino da viagem”.Para o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, esse cenário já era esperado. “A gente precisa de concorrência e novas rotas. Esperamos que o estado e o município entrem com uma campanha para atrair novos investimentos. A redução do ICMS, anunciada pelo governo, por exemplo, foi uma boa medida, mas que veio muito tarde”, afirmou.

Quem está preocupado com a situação também são os trabalhadores do aeroporto. “Será um impacto muito forte. Se não tem voo, não tem cliente. A melhor hora para venda é quando os passageiros vão fazer o check-in, momento que ficam circulando pelo aeroporto e acabam comprando”, avaliou a vendedora de uma loja de moda, Eliana Sales, 36. A vendedora Eliana Sales diz que se preocupa com o movimento menor (Foto: Marina Silva/ CORREIO) O funcionário de uma empresa de embalar malas Cláudio Nascimento, 24, compartilha da mesma opinião. “A tendência é o comércio local estagnar. A ausência dos voos causará um forte impacto. Já passamos o Verão e já não temos tantos voos assim”, pontuou. Do lado de fora, taxistas e motoristas por aplicativo reclamaram da diminuição da demanda de passageiros. 'A tendência é estagnar', diz Cláudio Nascimento, sobre menos clientes (Foto: Marina Silva/ CORREIO)