Identificado o segundo morto em ataque de encapuzados em Valéria

A família de Luís Carlos da Hora Alves, 17, acredita que o crime foi cometido por policiais

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 12:50

- Atualizado há um ano

Um dos mortos no ataque de encapuzados na quarta-feira no bairro de Valéria foi identificado nesta manhã, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Trata-se de Luís Carlos da Hora Alves, 17 anos. Parentes disseram que ele estava com Ailton de Jesus Santos, 26, quando foram surpreendidos por cinco homens que desceram atirando de um carro preto na localidade de Bolachinha. Luís Carlos será enterrado às 15h no Cemitério Municipal de Paripe. 

A família de Luís Carlos acredita que o crime foi cometido por policiais. Horas antes, um policial militar foi baleado durante confronto com traficantes na Rua Penacho Verde, na localidade de Nova Brasília de Valéria. As duas situações levam um clima de tensão à Valéria e os ônibus continuam sem circular em partes do bairro. Desde a quinta-feira que os ônibus não entram nas localidades de Nova Brasília de Valéria e Bolachinha. Ônibus estão circulando de maneira reduzida na rua principal de Valéria(Foto: Bruno Wendel/CORREIO)Segundo parentes de Luís Carlos, o rapaz tinha o hábito de ficar em casa enquanto a mãe estava fora trabalhando. No entanto, no dia do crime, Luís Carlos saiu para ver uns amigos, mas não demorou, porque havia recebido uma ligação da mãe. 

“Ela pediu para ele voltar para casa e tirar a galinha do congelador porque estava chegando e que queria adiantar o almoço do dia seguinte. Então, ele prontamente obedeceu. Mas acabou encontrando Ailton e pararam para conversar. Foi quando os encapuzados chegaram atirando nos dois”, contou uma parente, nesta manhã, enquanto aguardava a liberação do corpo no IML. 

De acordo com ela, Luís Carlos não tinha envolvimento com a criminalidade e que o alvo era Ailton. “Ele estava no lugar errado, na hora errada e com a pessoas errada. O que soubemos é que o outro rapaz era ‘olheiro’ do tráfico. Luís Carlos sequer entrou numa delegacia. Os amigos queriam que ele trabalhasse como segurança, mas ele queria fazer o curso de cabeleireiro”, declarou a parente.