Imóvel desaba parcialmente e moradores são retirados de casa

Local, que tem três pavimentos, está interditado desde 2015

Publicado em 23 de abril de 2018 às 18:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto do Leitor Caio Henrique

Um imóvel de dois pavimentos, mais um subsolo, localizado na Avenida Baixa da Fonte, no IAPI, sofreu desbamento parcial por volta das 14h desta segunda-feira (23). Um engenheiro da Defesa Civil de Salvador (Codesal) foi ao imóvel no meio da tarde, além de assistentes sociais para para realizar o cadastro social dos moradores. O prédio ficou inclinado em 45º. 

O engenheiro Francisco Costa, coordenador de contingência da Codesal, informou que o prédio está interditado desde 2015. Os moradores foram evacuados do imóvel e passaram a receber um auxílio-aluguel. Porém, o terreno foi invadido. Uma outra pessoa também invadiu o imóvel anexo, que funcionava como oficina de soldagem.

Evacuação "Este imóvel já tinha sido vistoriado e quando realizamos a vistoria vimos que ele tinha rachaduras nos pilares, nas vigas. Notificamos os moradores para sair de casa", disse. Por causa do risco de desabamento, 20 famílias que moram nos imóveis nas laterais e ao fundo foram evacuadas pela Codesal temporariamente. "Houve um recalque parcial de fundação. Ou seja, o pilar do fundo cedeu e o prédio  inclinou", explica o engenheiro Francisco.

Populares acionaram a Codesal e a Coelba, temendo que o poste que fica na frente da casa também cedesse. Debaixo do prédio passa uma rede de esgoto, que às vezes inundava a casa dos moradores.O engenheiro da Codesal disse que a chuva que caiu na cidade nesta sexta-feira pode ter prejudicado a fundação. 

Desde o meio da tarde, operários da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), estão no local tentanto demolir o rpédio. "Eles estão fazendo um corte lateral para ver se a casa cai. Como a rua aqui é muito estreita não passa máquina, trator", contou Costa. 

Como era impossível saber para que lado o prédio ia cair e qual o impacto que teria nas casas vizinhas foi preciso pedir que os moradores do entorno deixassem suas residências. Próximo das sete da noite, os operários passaram a atacar pela frente, dando marteladas na fachada.   Joilza teve que deixar a casa em que mora às pressas e está com medo de ter que dormir na rua. (Foto: Carol Aquino/ CORREIO) Preocupada, a cuidadora Joilza Matos, 47, aguardava o prédio ser demolido. Ela mora na casa ao lado da oficina, que corre risco de ser atingido com a queda. "A oficina do lado é do meu sogro. Um funcionário dele veio avisar que tinha uma parede rachando. Quando eu cheguei na porta, ouvi um estalo. Aí eu disse: 'Essa casa vai cair'", contou à reportagem do CORREIO. 

Como ficou com medo de a casa e o poste de energia caírem, ligou para a Codesal e para a Coelba. "A Defesa Civil veio e disse que era para a gente sair de casa. Eu tirei som, fogão, bujão, roupa e documentos e coloquei na casa do meu vizinho. Um monte de gente fez isso e tá tudo lá amontoado", contou. 

Apesar de estar aliviada por não ter acontecido uma tragédia, a cuidadora estava aflita. "Eu, meu esposo, meu irmão e minha cunhada com filho pequeno estão na rua. O jeito é ficar aqui na esquina e esperar. Nem eu nem ele (o marido) temos parentes morando perto", disse. 

A Codesal informou que a evacuação é temporária e preventiva. Após a demolição do imóvel, deve ser feita uma avaliação dos imóveis do entorno  para saber se os moradores podem voltar para suas casas em segurança. Não há previsão para a conclusão dos trabalhos de derrubada. 

Tragédia anunciada Recebendo auxílio aluguel, a antiga moradora do subsolo, Luana dos Reis de Souza, 33, contou à reportagem do CORREIO que há muito tempo, a residência dava sinal que ia desabar. "A casa inclinava, rachava a parede do quarto e a parede do fundo", contou a mulher, que há seis anos desocupou a residência. 

"Eu morava no subsolo, então eu ficava mais vulnerável, né? Fiquei com medo porque eu morava por lá com meus quatro filhos", contou. Antes de se mudar, ela teve um grande prejuízo. Debaixo de casa passa uma tubulação de esgoto e quando chovia, invadia a residência. "Perdi minha geladeira, meu sofá e meu fogão. E naquela época não tinha auxílio emergência", lembrou. 

Hoje ela mora de aluguel em outra casa no IAPI e conta que ouviu o estalo do desabamento da sua atual residência. "Eu estava esperando isso acontecer desde o dia em que eu vim embora", revela Luana.