Incêndios atingem seis cidades na Bahia; ponte queimada 'isolou' 40 fazendas

Famílias estão sem acesso a propriedades rurais em Caatiba

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 01:00

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Um incêndio que durou dois dias destruiu uma ponte de madeira e concreto na zona rural de Caatiba, no Sudoeste da Bahia, deixando 40 famílias sem acesso às suas propriedades rurais.

Até o momento, este é o fato mais grave relacionado aos incêndios florestais que atingiram, também no fim de semana passado, as cidades de Buritirama, Boquira, Campo Alegre de Lourdes, Barreiras e Rio de Contas.

Para tentar amenizar os prejuízos da destruição da ponte, famílias da comunidade de Cachoeira Grande, a 25 km de Caatiba, atravessam o Rio Catolé a pé ou montada em animais.“Meus pais viram o fogo quando estavam chegando lá. Eles tiveram de ir a pé para a fazenda, cerca de meia hora de caminhada. O fogo pegou a madrugada toda de sexta-feira, quando amanheceu tudo queimado. Madeira seca e velha, o fogo queimou rápido”, disse o cinegrafista Silvio Nolasco.Quem quiser chegar às suas propriedades rurais em veículos motorizados têm de fazer uma volta de cerca de 40 km. A ponte danificada fica numa estrada vicinal de responsabilidade da Prefeitura de Caatiba, com quem o CORREIO tentou contato na quinta, sem sucesso.

Em Caatiba, o fogo só não se alastrou mais na vegetação nativa por conta dos aceiros – espaços vazios no meio da vegetação – feitos por fazendeiros de forma preventiva contra queimadas. A causa do incêndio, ocorrido entre quinta (1º) e sexta (2), está sob investigação.

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Outras cidades Nas demais localidades atingidas, Rio de Contas é a que apresenta situação mais grave. O Corpo de Bombeirostenta controlar as chamas. Em Boquira, a proporção do fogo também preocupa.

“Há dois aviões sendo utilizados de forma auxiliar no combate, lançando água e fazendo o monitoramento aéreo”, informa um comunicado do Corpo de Bombeiros, sem detalhar a extensão de área atingida, nem os prejuízos que afetarão a opulação.

Ainda segundo o comunicado, a maioria das queimadas acontece por ação humana, de forma proposital ou não, ou por descargas atmosféricas e raios, que não foram registrados recentemente na região.

Conforme o Código Florestal (Lei nº 12.651/12), o uso de fogo em vegetação é permitido mediante autorização e apenas para limpar pastos, por meio do sistema de coivara, embora também causem danos à fauna e flora. 

Na Bahia, o Instituto do Meio Ambiente de Recursos Hídricos (Inema) é quem concede essa autorização. Sem isto, o ato é considerado crime.

Queimadas recentes Os incêndios recentes mais graves registrados no estado ocorreram na Serra do Tromba, em Piatã (Chapada Diamantina), onde centenas de hectares foram queimados por 5 dias, no início do mês passado.

No Norte do estado, entre o final de agosto e início de setembro, uma área equivalente a 3 mil campos de futebol foi destruída pelas chamas no Parque Nacional Boqueirão da Onça. O espaço tem 851 mil hectares – um hectare equivale a pouco mais de um campo de futebol oficial.