Inema diz que está liberado o banho de mar caso não haja óleo visível

Análise comprova a ausência de substâncias derivadas do óleo nas praias do litoral baiano

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  • Gabriel Moura

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 21:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho / CORREIO

Além das questões ambientais, uma das grandes preocupações dos baianos com a chegada do óleo é se poderiam tomar banho de mar. Para a alegria dos banhistas, o diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio, garantiu que o mergulho está liberado no Litoral Norte e em Salvador caso não haja nenhuma mancha visível na água e mais: a qualidade da água das praias de Salvador melhorou no período após a chegada do óleo.

Isso porque foi comprovada a ausência de hidrocarboneto, policíclico e aromático, além de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno - substâncias derivadas do petróleo e que são prejudiciais à saúde humana.“É mais provável que você se contamine, por exemplo, indo em um posto de gasolina trocar o óleo de seu carro do que tomar um banho numa região que não tenha alguma mancha visível. Caso a praia não esteja imprópria por outros fatores bacteriológicos, como a presença de lixo, o banhista pode tomar seu banho despreocupado”, explicou Topázio, nesta sexta-feira (8), à imprensa.Eduardo também afirma que, por conta da densidade do óleo, ele se aglutina na superfície e não se mistura com a água. Já as bactérias que podem estar presentes na substância servem apenas para digeri-la, sem oferecer nenhum risco à saúde humana. 

Melhora nas praias Curiosamente, os testes feitos nas praias soteropolitanas mostram que a qualidade delas melhorou após a chegada das manchas. Locais como Buracão, por exemplo, se tornaram próprios para banho depois de meses. O que acontece é que junto com a poluição também chegou um período de seca na capital baiana, e a chuva é o principal fator poluente nas praias de Salvador.

Quando chove, a água acaba levando o lixo presente nas ruas para os bueiros e os canais de drenagem o levam para o mar. Estes resíduos possuem insetos, bactérias, roedores e vetores de doenças, que são muito prejudiciais à saúde humana. 

Testes Os testes de balneabilidade feitos pelo Inema em 34 praias em Salvador apontaram que 11 delas estavam impróprias para banho, sendo apenas quatro em regiões atingidas pelo óleo (Patamares, Boca do Rio, Armação e Lagoa do Abaeté), com a poluição causada por outros fatores. Já as outras sete são localizadas na Cidade Baixa (Tubarão, Periperi, Penha, Bogari, Bonfim, Pedra Furada e Canta Galo).

Os exames também foram feitos em todas as praias do Litoral Norte baiano (de Jandaíra a Salvador) que foram atingidas. Em nenhuma delas foi apontada contaminação por hidrocarbonetos presentes no óleo. Na próxima semana, as mesmas verificações serão feitas em 25 localidades do Litoral Sul, incluindo regiões como Morro de São Paulo e Abrolhos. 

O método de pesquisa segue as normas definidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e utiliza a presença de bactérias encontradas nas fezes humanas como fator de análise para definir a balneabilidade do local. Com a chegada do óleo, outros testes para identificar a presença de hidrocarbonetos também foram realizados.

Semanalmente, o Inema faz este exame de balneabilidade nas praias de Salvador. Com a chegada do óleo, a frequência não aumentou, pois, segundo Topázio, não adianta fazer um teste com uma frequência maior já que os resultados não apresentariam grandes variações. A única mudança foi o aumento do número de praias estudadas na Bahia.

Confira aqui a balneabilidade das praias baianas

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier