Instituição que atende crianças em risco social na Lapinha, OAF completa 60 anos

Colaboradores foram homenageados durante missa nesta quinta-feira (11)

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  • Nilson Marinho

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 17:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO
Arcebispo dom Murilo Krieger celebra missa em homenagem à OAF por Foto: Marina Silva/CORREIO

Há 60 anos, a professora Dalva Mattos se comprometia em cuidar de crianças carentes e grávidas desamparadas da cidade de Salvador. Morta em 1996, ela fundou a Organização do Auxilio Fraterno (OAF), que, até os dias de hoje, tem o comprometimento de dar amparo a quem precisa.

Na manhã desta quinta-feira (11), uma missa foi celebrada em homenagem à criação da instituição e àqueles que ajudam a manter o local de portas abertas. 

No auditório da OAF, localizada na Rua do Queimadinho, bairro da Lapinha, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, iniciou a cerimônia religiosa lembrando da importância da entidade para cidade e o estado.

Atualmente, as grávidas já não recebem mais auxílio na organização, mas o atendimento às crianças em situação de vulnerabilidade social continua.

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Funcionamento O espaço atende, hoje, cerca de 80 crianças encaminhadas pelo Conselho Tutelar, Ministério Público (MP-BA) e pela 1ª Vara da Infância e Juventude, a maioria delas vítima de abandono e abuso sexual.

Cleide Carvalho, coordenadora do serviço social, explica que as crianças recebem acompanhamento de assistentes sociais e psicólogos, além de terem um suporte de aproximadamente 60 cuidadoras, que os acompanham desde recém-nascidos até a adolescência – a mais velha tem 16 anos. Cleide Carvalho, com bebê no colo, coordena o serviço social da OAF (Foto: Marina Silva/CORREIO) Com exceção de raros casos em que as crianças deixam o abrigo por decisão da Justiça, a maioria só vai embora quando encontra um novo lar ou ao completar 18 anos, quando atingem a maioridade e já são capazes de trabalhar.

Também existem casos onde crianças voltam para seus antigos lares - isso acontece quando há comprovação que as suas famílias têm condições de ampará-las. “Somos uma organização de auxílio fraterno. Aqui, as crianças recebem um acompanhamento pedagógico, de serviço social e psicológico”, completa a coordenadora. Ajuda e agradecimento O diretor presidente da OAF, Josias Sousa da Silva, conta que nem sempre foi fácil manter as portas da entidade abertas, já que eles sofrem com falta de recursos financeiros, o que dificulta a manutenção da estrutura e o atendimento às crianças. “Comparando essa obra a uma pessoa, a OAF estava numa Unidade de Terapia Intensiva e graças ao apoio e a ajuda de pessoas que, tendo conhecimento da causa, perceberam que ela estava ao ponto de morrer, contribuindo para nos mantermos vivos”, conta o diretor.Entre os homenageados na missa de 60 anos da OAF estavam o diretor executivo de televisão da Rede Bahia, João Gomes, e o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, ambos presentes na celebração; além do presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, que não pôde ir à celebração por questões de agenda.“São 60 anos de uma instituição que é voltada para a caridade e assistência à criança e o adolescente, que passam por uma situação de abandono e risco. É um prazer enorme da Rede Bahia poder cumprir esse papel. Faz parte da nossa missão”, disse João Gomes.  Crianças do bairro da Liberdade e Lapinha integrantes do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), que funciona dentro da sede da OAF, fizeram uma apresentação durante a cerimônia religiosa, antecedendo o agraciamento dos homenageados que receberam uma medalha. 

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.