Investimento em saneamento básico traz qualidade de vida e pode transformar esgoto em negócio sustentável

Especialistas do país se reuniram em Salvador para debater a universalização do acesso ao saneamento básico

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  • Rachel Vita

Publicado em 23 de novembro de 2014 às 12:11

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou esta semana uma triste estatística: 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico no mundo. No Brasil, a situação também é crítica: apenas 48% dos brasileiros têm coleta de esgoto em todo o país. Trazendo o assunto para nossa realidade, a Bahia avançou nos últimos anos e tem o melhor desempenho entre os estados nordestinos, mas ainda há muito a ser feito.

Praticamente metade da população do estado não tem saneamento básico. Um dia antes da divulgação do relatório da OMS, o Fórum Agenda Bahia, realizado pelo CORREIO e pela rádio CBN, com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), reuniu, na terça-feira, especialistas de todo o país para debater os desafios e soluções para a universalização do acesso à coleta e tratamento de esgoto no estado.

Saneamento básico é um dos principais indicadores para medir a qualidade de vida de uma população, e investir nesse serviço, como mostraram os palestrantes no evento, traz melhorias, tanto da vergonha ao trunfo para a saúde pública, para o desenvolvimento das crianças como para a economia das cidades.

A cada 1 dólar investido em serviços de água e saneamento poderia-se obter um retorno de US$ 4,3 com a redução dos custos de saúde, aumento da produtividade no trabalho e criação de novos empregos. O professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo José Eli da Veiga não vê outro motivo para explicar a situação brasileira. “Não é por uma questão econômica. É política. Isso é uma vergonha”, avaliou José Eli, na abertura do seminário.

Édison Carlos, presidente do Instituto Brasil, mostrou quanto é preciso para mudar essa realidade. Na Bahia, seriam necessários R$ 18 bilhões. Além do retorno imediato para a população brasileira, o investimento em saneamento também poderia reduzir o impacto no meio ambiente. Os especialistas apresentaram no evento cases no Brasil e no mundo de reaproveitamento do esgoto em energia, combustível e até em reuso de água.

Na próxima terça-feira (dia 25) tem mais um seminário: o debate desta vez será sobre Competitividade e Capital Humano.