Irmãos Macedo resgatam histórias do Carnaval em show no TCA

Armandinho, Betinho, Aroldo e André contaram momentos ao lado do pai, Osmar

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  • Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 14:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bárbara Carolina/CORREIO

Foto: Bárbara Carolina/CORREIO O Carnaval acabou, mas muitos foliões ainda estão no clima da festa. Na manhã deste domingo (25), quase 2 mil pessoas de todas as idades compareceram ao Teatro Castro Alves, no Campo Grande, para curtir o show dos irmãos Macêdo, herdeiros de Osmar Macêdo, um dos mestres da folia baiana.

O espetáculo transitou por todas as décadas desde a criação da primeira guitarra elétrica do Brasil – o pau elétrico, que evoluiu com as propostas de Armandinho até se tornar a Guitarra Elétrica –, passando pela criação do trio elétrico, por Osmar e Dodô, e o modelo da festa atualmente. Eles falaram sobre a musicalidade que viria a influenciar uma geração de artistas baiano, transformando o Carnaval de Salvador na maior festa popular do mundo.

Robson da Rosa, turista do Rio Grande do Sul, disse que ficou sabendo do evento pela internet. “Cheguei na cidade há três dias e procurei saber o que estava acontecendo de legal. Quando descobri esse show fiquei feliz porque gosto muito da música baiana e os filhos de Osmar a representa essencialmente”, comentou. Robson da Rosa é do Rio Grande do Sul e visita Salvador pela segunda vez (Foto: Bárbara Carolina/CORREIO) A pedagoga, Ana Cristina Cerqueira, 59, soube pela televisão. “Adoro os eventos musicais que acontecem aqui no TCA. Sempre venho com o meu marido. Acho que já comparecemos a uns cinco shows”, contou. Ana Cristina Cerqueira participa sempre dos eventos no TCA (Foto: Bárbara Carolina/CORREIO) Elinalva Moreira soube do evento pelo Instagram (Foto: Bárbara Carolina/CORREIO) Já para a assistente administrativa Elinalva Moreira, a atração fez a diferença na hora de escolher sua programação de domingo. “Quando vi no Instagram que teria esse show dos irmãos Macedo, com um preço tão simbólico, não poderia perder essa oportunidade. Eu adoro eles”, explicou. Os ingressos foram vendidos a R$ 1, com possibilidade de meia para estudantes.

Armandinho, Betinho, Aroldo e André começaram o show diante de um teatro lotado e bastante receptivo. Entre um acorde e outro da inconfundível guitarra baiana, o público ouvia atentamente alguns relatos das histórias de infância e adolescência ao lado do pai, Osmar.“Em um determinado dia, meu pai teve a ideia de pegar um pedaço de madeira, colocar uma corda e um adaptador. Funcionou, fazia um barulho alto. Depois ele e outros amigos pensaram em criar um instrumento maciço, mas não sabiam como confeccioná-lo. Então, meu pai, que já gostava desses experimentos, foi a uma loja de instrumentos musicais, na Avenida Sete. Chegando lá, ele pegou um cavaquinho e um violão e os quebrou para tirar a parte que lhe interessava de cada um deles. O vendedor quando viu aquilo se desesperou e foi chamar o dono da loja”, contou Armandinho.“Em seguida, meu pai disse que não era necessário haver preocupação porque ele iria pagar pelos instrumentos quebrados, o que levou o dono da loja a perguntar se ele não gostaria de quebrar outros também”, disse o músico, arrancando gargalhadas da plateia.

E completou. “Ao juntar as partes de um instrumento e outro criou-se um novo, apelidado de ‘pau elétrico’, que veio transformar a música de Carnaval na década de 40”, explicou. O público animado viveu a magia de ir atrás do trio elétrico de diferentes épocas sem sair da poltrona.