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Ministro italiano culpa regras da UE restringindo os déficits orçamentários dos países do bloco
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 22:30
- Atualizado há um ano
A atribuição de culpa alheia pelo colapso fatal da ponte Morandi, na Itália, se intensificou nesta quinta-feira (16), com autoridades italianas e da União Europeia buscando apontar dedos pelo desastre, que já custou ao menos 38 vidas.
Bruxelas contra-atacou as acusações de Roma de que havia bloqueado a capacidade italiana de gastar o suficiente na manutenção de rodovias e pontes. Um porta-voz da Comissão Europeia disse que a UE recomendou à Itália investir mais em infraestrutura e disponibilizou recursos europeus para isso.
Tratou-se de réplica a alegações do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que lidera o partido nacionalista Liga, de que regras da UE restringindo os déficits orçamentários dos países do bloco mereciam culpa.
"A Itália tem de poder gastar o dinheiro necessário para fazer seus rios, escolas, rodovias e hospitais seguros sem que haja restrições malucas da Europa. Segurança para italianos vem primeiro", escreveu Salvini em sua conta no Twitter nesta quinta-feira.
Outras vozes do governo italiano culparam a concessionária que operava e mantinha a ponte. O primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, prometeu revogar a concessão da Autostrade pel l'Italia, levando ações da sócia majoritária, Atlantia SpA, a perderem quase um quarto de seu valor no pregão desta quinta da Bolsa de Milão.
O porta-voz da Comissão Europeia acrescentou que países da UE podem estipular suas próprias prioridades de gastos e apontou que a Itália está recebendo cerca de 2,5 bilhões de euros de Bruxelas para investimentos em infraestrutura no período de 2014 a 2020.