Ivã de Almeida: a volta de quem não foi

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  • Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2017 às 05:31

- Atualizado há um ano

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Falando assim, de supetão, soa até como piada, mas é preciso dizer aos rubro-negros logo de cara: nos bastidores, Ivã de Almeida – o presidente que jamais deveria ter sido e foi embora sem efetivamente ter ido – começa a se movimentar para retornar ao comando do Vitória.

Sua famigerada licença acaba em outubro e, como não pode ser impedido de voltar ao cargo, Ivã dá indícios de querer morder novamente o osso.  

Repare bem: bastou essa possibilidade surgir para que o futebol do Vitória, que vinha dando sinais de esperança, voltasse a desandar. Parece até que uma coisa está ligada a outra. Se não for uma ligação direta, criando uma relação de causa e efeito, talvez os mais místicos tenham uma explicação energética ou algo que o valha.

Aqui, nem entro tanto no mérito da gestão interina de Agenor Gordilho ser bem ou mal-sucedida, ainda que as ações de marketing (?) e o eterno mangue das catracas do Barradão indiquem que a mula continua vagando sem cabeça.

A questão a se apontar é um fato objetivo: se Ivã de Almeida fosse verdadeiramente rubro-negro, reconheceria sua inépcia e nunca mais cogitaria assumir qualquer cargo na gestão do Vitória, especialmente a presidência do clube.

Caso ele insista mesmo no retorno, será apenas mais um exemplo de que o poder dopa as pessoas e a vaidade corrói os sentidos. Pior para o Vitória e para a torcida, que lembra muito bem do poço administrativo e técnico em que o clube se afundou sob a batuta do “professor Ivã”.

Há ainda de se notar que se o presidente licenciado realmente reassumir a cadeira, certamente o alvoroço voltará à Toca do Leão bem na reta final do Brasileiro, com o time tentando se agarrar à Série A na unha.

Resumo da história: no passado recente ou no futuro próximo, Ivã de Almeida é uma assombração. 

Ilusão  A bolha ilusória do futebol nacional, que camufla o baixo nível técnico dos confrontos internos, recebeu mais uma alfinetada essa semana, com o Santos sendo tirado da Libertadores pelo Barcelona do Equador e o Corinthians, líder absoluto do Campeonato Brasileiro, eliminado da Copa Sul-Americana por um Racing que já não é o mesmo do passado.

Enquanto isso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o mesmo que quando secretário da Segurança de São Paulo era um intransigente defensor da torcida única, fez mais uma das suas: liberou o mangue completo do futebol brasileiro, ao desobrigar os clubes a cumprirem suas contrapartidas para terem direito ao refinanciamento de dívidas milionárias com a União.

Pode-se questionar que o Estado se meta no futebol – este foi o argumento de Moraes -, mas o futebol não é um ente estanque em si mesmo. O futebol envolve pessoas e é dever do Estado proteger as pessoas.

Se um clube deixa de recolher FGTS e pagar dívidas trabalhistas, são as pessoas que ficam desprotegidas, enquanto cartolas seguem torrando fortunas sem preocupação e, pior, tocando projetos comprovadamente ruins, como os resultados em campo mostram.

Além disso, é muito fácil renegociar dívidas sem contrapartida, né não? Assim eu também quero.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados