Já preparou a ceia junina? Produtos têm variação de preço de até 256%

CORREIO pesquisou preços; saiba como economizar

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  • Milena Hildete

Publicado em 21 de junho de 2018 às 04:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Em feiras e supermercados, espiga de milho varia de R$ 0,50 a R$ 1,78 (Foto: Marina Silva/CORREIO) Já é tradição. Não dá pra negar que a noite do São João coloca pratos dos mais desejados do ano na mesa dos soteropolitanos e de boa parte dos baianos. Tem milho, bolo, amendoim, canjica, pamonha... Para quem bebe, ainda há a opção de se esquentar com o licor. Mas para economizar na hora de montar a ceia, é preciso gastar a sola do sapato e pesquisar bastante. Em Salvador, o preço do milho tem variação de até 256%. No amendoim, a diferença entre valores bate 74,5%.

A dona de casa Maria das Graças Lima, 52 anos, saiu do Tororó para a Feira de São Joaquim em busca de economia. “Eu tenho a família grande e este ano, que o São João cai no domingo, todo mundo vai lá pra casa. Então, estou atrás de promoção”, disse ela. 

O CORREIO percorreu as principais feiras da cidade para verificar onde os produtos estão mais baratos e onde vale a pena investir.

Na feira das Sete Portas, por exemplo, o vendedor Luciano Silva vende a espiga de milho de R$ 0,70 a R$ 0,83. Ele diz que o produto vem de Irecê, no Centro-Norte da Bahia, e que o cliente que comprar em maior quantidade pode ganhar mais desconto. “Eu vendo seis espigas por R$ 5, mas faço até sete pelo mesmo preço”, conta.

Na Avenida Sete de Setembro, o milho está mais em conta. Cada espiga custa R$ 0,50. Fernanda Silva Santos vende o produto no local há três anos. “Vendo quatro espigas  por R$ 2, mas o cliente não pode escolher. Com o cliente escolhendo, o milho passa a valer R$ 1”, explica.

A rede GBarbosa não informou o preço, mas espera vender mais de 140 toneladas de espigas de milho, além de outras 100 toneladas de laranja e quatro de amendoim.

Mesmo com tanta variação, a expectativa é que não falte milho na mesa do baiano neste São João, afinal, o último Levantamento da Produção Agrícola do IBGE indica que os agricultores baianos produzirão 6,4% a mais de milho este ano em relação a 2017. Será 1,6 milhão de toneladas na primeira safra. 

E há quem plante apenas para abastecer a farta mesa junina. Na Fazenda Ferrão, em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador, os agricultores Raimundo dos Santos Miranda e José Abelardo reservam duas tarefas de terra para a lavoura de milho. Lá, a espiga está sendo vendida a R$ 0,80.   Pechincha O amendoim, sempre um “convidado de honra” nas mesas das festas juninas, também impõe seu preço. Boa parte da produção  baiana vem de cidades do Recôncavo, trazida diretamente pelos produtores rurais, como Genivaldo Sena, do povoado Guapira, em Cruz das Almas. Na Feira das Sete Portas, quem não pesquisar direito pode pagar mais caso. Por lá, o litro varia de R$ 5 a R$ 8.

Quem escolher comprar em quantidade, encontra uma saca com 30 quilos de amendoim cru na Feira de São Joaquim por R$ 50. Para quem teme levar o produto e perder antes de consumir, o feirante Lourival Cardoso dá uma dica: “Para o amendoim não ficar úmido, grudento, pegajoso e durar mais tempo, basta cozinhar com limão”. Feirantes esperam aumento no movimento nos dias de jogos do Brasil e na véspera do feriado de São João (Foto: Marina Silva/CORREIO) Na Feira de Itapuã, o amendoim tem feito sucesso, principalmente em dia de jogo da Copa. Jandiara Santos, 58, que possui uma barraca por lá, lembra que na estreia do Brasil, no domingo, os clientes esvaziaram o balaio horas antes da partida.

Embora a procura tenha sido grande, Jandiara acredita que as vendas continuam as mesmas do ano passado. A expectativa dela é que a procura cresça nos próximos dias: “As pessoas sempre acabam deixando tudo pro último dia. Na sexta (amanhã), acredito que, por conta do jogo, muitos clientes aparecerão de última hora”. Lá, um litro sai por R$ 4.

A pedagoga Maria Nilza Ribeiro ficou no meio-termo. Ela foi comprar os itens da ceia ontem e conseguiu economizar no amendoim: “Todo ano, eu saio antes pra fazer pesquisa de preço. Este ano, achei amendoim de R$ 10, mas depois de procurar, acabei achando um de R$ 5,99”.

Licor, bolo... Como nem só de milho e amendoim vive o São João, o CORREIO também foi atrás do preço do licor, dos bolos e até das massas para produzir as iguarias. O preço do licor chega a variar 100%. É que o litro produzido na cidade de Maragogipe, no Recôncavo, sai a R$ 10 na Feira das Sete Portas, enquanto o famoso licor de Cachoeira não custa menos de R$ 20 em Itapuã. Preço do licor varia de R$ 10 a R$ 20 em pesquisa do CORREIO (Foto: Marina Silva/CORREIO) Nas Sete Portas, ainda tem coco natural ralado de R$ 3 a R$ 4,50. Vinte e cinco unidades de laranja de umbigo custam R$ 15 - a unidade da  fruta é R$ 1.

O preço da massa para fazer os bolos de aipim e carimã não varia tanto. Um quilo de ambas custa R$ 5 nas Sete Portas e R$ 6 em Itapuã. Mas, para quem prefere evitar o trabalho e comprar o bolo pronto tem opções em lojas especializadas, como a Casa dos Bolos, na Rua Chile - a unidade custa R$ 15 - ou supermercados. O GBarbosa vai produzir 15 toneladas de bolos, enquanto a rede Walmart vende os de aimpim e carimã a R$ 19,98 o quilo. Na Perini, há opções a R$ 30 o quilo.

Preços encontrados pelo CORREIO

Milho (espiga) R$ 0,50 Avenida Sete de Setembro, Centro R$ 0,59 Hipermercado Extra, Avenida Vasco da Gama R$ 0,70 a R$ 0,83 Feira das Sete Portas R$ 1  Feira de Itapuã R$ 1,78  Hipermercado Walmart da Avenida Bonocô

Amendoim cru R$ 4  o litro, na Feira de Itapuã R$ 5 a R$ 8  o litro, na Feira das Sete Portas R$ 6,98  o quilo, no hipermercado Walmart da Avenida Bonocô R$ 50  a saca com 30 quilos, na Feira de São Joaquim

Licor R$ 10  o litro, na Feira das Sete Portas R$ 20  o litro, na Feira de Itapuã

Bolos regionais R$ 15 Bolos de fubá, carimã, milho verde e aipim, na Casa dos Bolos da Rua Chile R$ 19,98  o quilo dos bolos de aipim e carimã, no hipermercado Walmart da Avenida Bonocô R$ 30  o quilo dos bolos de carimã, aipim, milho, tapioca e milho verde cremoso, na Perini

 *Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro