Jerry Smith estreia no Carnaval de Salvador em trios de Parangolé e Léo Santana

Baiano, funkeiro lançou EP com a "versão pagodão" de quatro hits autorais

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  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

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Sucesso em todo o Brasil, o funkeiro Jerry Smith faz sua estreia no Carnaval de Salvador como convidado de dois grandes representantes do pagode baiano: Tony Sales, do Parangolé, e Léo Santana. Com o primeiro, Jerry desfila em um trio sem cordas na quinta-feira (28), no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Já com Léo Santana, ele se apresenta na sexta (1º), no Bloco do Nana, também no Circuito Dodô. 

Dominando as paradas musicais, o cantor de 24 anos que explodiu primeiro em São Paulo é, na verdade, baiano. Nascido em Una, ele morou durante a infância em Canavieiras, cidade pela qual nutre um carinho imenso. O Carnaval de Salvador só conhece pela TV. Esse ano, no entanto, vai ter oportunidade de estrear cantando, em cima do trio. 

Rodrigo Silva dos Santos ou simplesmente Jerry Smith, ficou nacionalmente conhecido em 2015 com o single Bumbum Granada, ao lado de sua dupla, na época, MC Zaac. O hit, que explodiu internacionalmente, chegou a ser escutado por Madonna e pelas filhas, em vídeo que viralizou nas redes sociais. Em 2016, o funkeiro decidiu fazer carreira solo e, de lá pra cá, fez parcerias com Tony Sales, Psirico, Wesley Safadão e Márcia Fellipe.

Assim, passados quase três anos, Jerry Smith hoje espalha o bordão "é o pique" e imprime sua voz grave não só no universo do funk, mas em diversos ritmos.

Na entrevista abaixo, ele lembra o início da carreira, avalia a trajetória de sucesso e fala da relação com a Bahia e o pagode:

Você é baiano e foi batizado como Rodrigo Silva. Como e quando você passou a adotar Jerry Smith?  Eu sou baiano, nascido em Una, e adotei o Jerry Smith porque eu precisava de um nome forte, um nome diferente pra entrar no mercado. Pesquisei vários nomes, busquei várias fontes. Filmes, seriados e desenhos...Acabei me identificando com o Jerry, do Tom e Jorry, e o Smith, de Um Maluco no Pedaço. Juntei os dois e ficou assim: Jerry Smith. Falando nisso, sua relação com a Bahia é só de naturalidade, da relação com Una, cidade onde nasceu? Ou você tem lembranças da infância por aqui - vi que você foi morar criança em SP... Minha relação com a Bahia é muito forte, amo a Bahia e tenho um orgulho muito grande. Em Una eu só nasci, não cheguei a morar, mas nutro um carinho também. Eu morei parte da minha infância em Canavieiras e é de lá que eu tenho algumas lembranças. 

Antes de surgir como Jerry Smith, você adotava apenas Jerry na dupla Zaac e Jerry. Como foi a experiência de surgir em uma dupla, estourar no segundo sucesso e seguir carreira independente menos de um ano depois?

Na realidade era o Jerry Smith já, mas quando a gente formou a dupla eu usava só o Jerry, pra ficar Zaac e Jerry. Foi uma experiência muito bacana, porque tínhamos pouco tempo de dupla quando Bumbum Granada estourou. Foi uma loucura, tudo novo pra gente. Do nada a gente se percebeu fazendo shows pelo Brasil inteiro, lotando casa de shows, sendo reconhecido na rua. Peguei muita coisa boa dessa época, aprendi muito e depois de um ano de dupla cada um foi pro seu lado, mas na amizade. Pra mim, a carreira solo me deu aquela dúvida. Será que vai dar certo? Querendo ou não a gente tinha formado a dupla e tinha acertado, a galera já conhecia...Começar do zero era arriscado, mas eu tinha um objetivo e esse era mais um desafio que eu precisava passar por cima, encarar. E aí encarei e graças a Deus está dando super certo, já estamos há três aninhos fazendo um barulho [risos].

Vi entrevistas em que você falava que notou a fama quando Bumbum Granada estourou - até as filhas de Madonna dançaram a música em um vídeo que se tornou viral. De lá para cá, você lançou diversos hits, com direito a clipes e muito feats. Qual sua avaliação de tudo que aconteceu desde então?

Bumbum Granada deu toda essa visibilidade pra gente, tanto pra mim quanto pro Zaac, e ver toda essa caminhada, essa trajetória, é massa demais. Fiz várias músicas, feats, videoclipes. Olho pra trás e vejo toda evolução que eu tive e é muito bom. Isso só dá mais vontade de trabalhar, de fazer o que eu gosto e continuar fazendo música boa pra galera. 

Você é daqueles artistas que tem a voz mais conhecida que sua aparência física. Com certeza, muita gente também conhece suas músicas sem saber seu nome. Ainda chega muita gente falando isso para você, se mostrando surpreso, ou você acha que já está mais conhecido na cena fora do funk?

Galera fala muito da minha voz, fala que é diferente, mas hoje a galera já está mais acostumada. Antes chegavam muito dizendo que não sabiam que eu era assim, que eu era novo. Hoje o trabalho deu uma expandida legal e a galera reconhece mais, associa já a voz com a imagem. 

Falando na sua voz, acho que você já está cansado de responder isso, mas queria saber: não rola mesmo nenhuma intervenção digital na sua voz? E como foi que você decidiu apostar nesse grave no funk? Começou como algo de zoação? A galera pergunta se a voz é editada, mas isso é bem natural. Vou lá no estúdio e sai do jeito que é. Acho que as pessoas perguntam mais pelo fato de a Bumbum Granada estar muito mais encorpada, mas foi questão mesmo de interpretação, a música pedia uma voz mais potente. Saiu um pouqinho mais grave. Eu me joguei no funk por brincadeira mesmo, mas acabei pegando gosto pelo negócio e pegando pra mim. Sempre achei que voz grave encaixava bem com funk dançante e sempre curti muito funk dançante. Eu sabia que tinha esse grave na voz, fui pra cima e deu no que deu! Você diz que não quer se prender a único estilo, mas ao mesmo tempo acredita que as receitas de sucesso devem ser repetidas. Como equilibrar essa equação e quais são os próximos passos que você planeja em sua carreira? Eu tenho isso comigo que eu canto o que eu sinto, se eu sinto que eu consigo fazer outra coisa bem, eu vou pra cima, sem medo de errar. Eu gosto muito de me desafiar. Esse lance de parcerias, de fazer músicas com outros gêneros, tem que ser repetido sempre. É bom pros artistas envolvidos, bom pra música, para equacionar isso é sentir o momento, a vibe, acreditar e ir pra cima. 

Falando nisso, você já tem esses milhões de plays nos streamings e nos clipes do YouTube apenas com singles...Quais são próximos passos? Eu estou com um projeto que é uma homenagem pra Bahia, peguei quatro músicas minhas em versão pagodão, com participações de Marcio Victor (Psirico) e Tonny Sales (Parangolé). As quatro faixas estão disponíveis no Sua Música, como eu sou baiano, me vi na possibilidade de fazer uma homenagem de Carnaval. Aproveitar esse clima. Estou muito feliz com esse projeto e com essa participação no Canraval de Salvador, dia 28, com o Parangolé, e dia 1º, com Leo Santana. O projeto futuro é esse: mais música, videoclipes bacanas, feats e muito conteúdo. 

Além do álbum, você planeja turnês e festas próprias, como a Garota White, de Wesley Safadão? Eu tenho vontade de fazer uma festa minha, com um bordão É o pique, que a galera brinca até, uma coisa marcante do Jerry Smith! Seria bacana demais, tenho vontade! A lista de artistas com as quais você tem feat é extensa e variada. Acredito que essa seja uma das fórmulas a repertir? Quais parcerias você mais gostou de fazer e com quem ainda deseja cantar? Se for puxar a lista é bem extensa e legal. E isso é muito bom, uma fórmula que tem que ser repetida. Falar a parceria que eu mais gostei é complicado, cada uma delas tem algo especial. Tenho vontade de fazer feats com vários, muitos artistas bons no Brasil, nem consigo falar.

Estamos há menos de dez dias do Carnaval e sua passagem pelo Carnaval de Salvador está garantida em um trio sem cordas, ao lado de uma das bandas de pagode de maior sucesso atualmente na cidade. Como é que acha que vai ser essa experiência? Curte o Carnaval de Salvador? É sua primeira vez na festa?

Ta garantido dia 28 e dia 1, dia 28 com Parangolé e dia 1 com Leo Santana. Vai ser minha primeira vez em Salvador curtindo o Caranval, da melhor forma, já cantando. Vai ser uma experiência massa, eu acredito, estou ansioso de sentir toda a energia que é essa festa. Cantando minhas músicas em versão pagodão, esse ritmo tão gostoso e envolvente. 

Falando em pagode baiano e em funk paulista, como enxerga o crescimento desses gêneros periféricos em todo o país? O funk paulista tem batido no carioca em número de hits...

Eu enxergo de um jeito positivo, ritmo muito legal, que o Brasil vem se apaixonando. Tem que crescer mesmo e é normal que cresça. Achho que o funk paulista teve um momento de ter hits conhecidos em todo o Brasil e agora está mais forte que nunca com o 150 BPM. Funk é funk e o importante são os hits quesurgem pro Brasil inteiro, independente do estado. 

E o que é que você mais tem ouvido recentemente? Pode ser gêneros musicais ou mesmo os artistas que não saem do seu celular... Eu tenho ouvido muito reggaeton, que tem muito na minha playlist hoje em dia. Me acostumei a ouvir recentemente, um ritmo bem envolvente e continuo escutando tudo, vários gêneros musicais.