João Bosco em clima intimista

Cantor e compositor faz show voz e violão nesta sexta (26) e sábado (27) em Salvador

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  • Ana Pereira

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Flora Pimentel/Divulgação

Será assim uma festa intimista, como  pede o espaço. As duas apresentações que o cantor, compositor e violonista João Bosco faz, nesta sexta (26) e amanhã (27), no Café Teatro Rubi, marcam o fim  das comemorações pelos cinco anos do charmoso espaço, iniciada no ínicio do mês. 

 João vem acompanhado apenas de seu marcante violão, instrumento primeiro e inseparável de sua criação. Para se entender a sintonia da relação, esta entrevista, feita por telefone do Rio de Janeiro, onde João mora,  foi antecipada em três horas porque o artista precisava fazer um retoque na unha de silicone. “Sem ela, não consigo tocar”, contou  João Bosco, acrescentando que toca todos os dias.

 “Gosto de ficar tocando, treinando, vai que aparece alguma ideia”, graceja o mineiro. Fica dedilhando músicas suas e de artistas  como Dorival Caymmi,   Tom Jobim e o maestro Moacir Santos, que podem estar no roteiro da apresentação. 

Podem, porque João prefere ter o que ele chama de “independência de  repertório”. O que significa  várias canções ensaiadas, mas ditadas pelo ritmo da noite. É claro que clássicos como Corsário, O Bêbado e o Equilibrista, Papel Machê, Memória da Pele  e Jade estão na lista. 

Mas o show  poderá incluir canções do último álbum de inéditas, Mano que Zuera, lançado no final do ano passado.  João diz que espera trazer o show, que já passou por várias capitais, logo para Salvador, cidade com a qual tem muita intimidade.

“Venho a Salvador desde 1975, quando lancei Caça às Raposas. Já me apresentei em todo tipo de espaço, até em alguns que não existem mais”, recorda, enumerando o Teatro Castro Alves, a Concha, o Vila Velha, praias, praças, clubes... Mas no Teatro Rubi é a primeira vez.  “Fico muito feliz em saber que há lugares  como este, que abra espaço para a música popular brasileira, que em tempos de dificuldades econômicas sempre fica meio restrita”, diz

Se apresentar às vespéras das eleições, reflete, é também um convite para  curtir a música e relaxar das tensões. “Acredito que todos têm direito de se manifestar, e nós temos de conviver com os contrários, respeitar todas as opinões e diferenças”, pontua, acrescentando que confia  no estado democrático. 

           DNA Musical

O show de João Bosco encerra a programação especial que começou com Ed Motta e incluiu apresentações das duplas Nelson Faria e Wanda Sá e Paula e Jacques Morelembaum. Com essas apresentações, contabiliza a produtora cultural Eliana Pedroso,  já foram 270 espetáculos apresentados nestes cinco anos, vistos por quase 50 mil pessoas. 

“Acho que encontramos uma forma muito, muito singular de atuar no mercado”, afirma Eliana, que é proprietária do Teatro Rubi e também responde pela programação artística. O que significa financiamento vindo exclusivamente da bilheteria e parceria com os artistas.

Em relação ao perfil artístico, diz, o Rubi se localiza mais como um teatro musical, justamente por suas caracteristicas. Com capacidade para 155 pessoas e com uma acústica e iluminação aconchegantes, o público assiste “bebericando”, mas no maior silêncio, garante Eliana. “Acho que o espaço está em sintonia com os critérios de curadoria que criei para ele”, resume, orgulhosa. 

SERVIÇO

Show: João Bosco

Onde: Café Teatro Rubi (Wish Hotel da Bahia, Campo Grande)

Quando:  Hoje (26) e amanhã (27), às 20h30.

Ingressos esgotados: R$ 180.