Joe Thompson: o jogador que superou um tipo de câncer raro no sangue

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Publicado em 30 de julho de 2018 às 05:01

- Atualizado há um ano

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Muito se fala dos benefícios em praticar exercícios físicos regularmente como maneira de se evitar doenças e auxiliar no desenvolvimento de um organismo equilibrado. Por outro lado, ainda é pouco abordado a importância dos exercícios físicos durante o tratamento oncológico, seja qual for o câncer ou faixa etária acometida.

Recentemente, ganhou destaque a história do jogador meio-campo Joe Thompson, de 29 anos, que joga pela terceira divisão do campeonato inglês de futebol no Rochadale. Joe foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin (LH) em 2013, mas mesmo depois do sucesso do tratamento quimioterápico, a doença recidivou em 2017.   O linfoma de Hodgkin é um câncer raro de sangue que atinge principalmente os linfonodos, pequenos órgãos do sistema linfático, responsáveis, entre outras funções, pelo amadurecimento das células responsáveis pela imunidade.

Joe enfrentou o longo tratamento do câncer e, apesar da intensidade, superou a doença, fez o gol da vitória e salvou seu time do rebaixamento neste último mês. Ele recebeu apoio familiar e dos colegas de campo, se tornando mais um exemplo de como é possível se recuperar desse tipo de linfoma e, muitas vezes, retornar a vida habitual antes do tratamento.

Este é um tipo de câncer com estimativa de 2.5302 novos casos em 2018 no Brasil e, pelo número baixo de casos, o conhecimento é ainda mais limitado. Porém, há altos índices de cura com os avanços no portfólio de tratamentos, como, por exemplo, a chegada da terapia-alvo no Brasil. Hoje em dia, a taxa de cura chega a 80% ainda nas primeiras linhas de tratamento e, ainda assim, outros 20% ainda tem opções promissoras, como com o brentuximabe vedotina e o nivolumab, entre outros.

Os principais sintomas do linfoma de Hodgkin são febre, perda de peso, coceira e fadiga. Em especial em relação à fadiga, há estudos mostrando a importância dos exercícios físicos que, quando aliados ao tratamento quimioterápico, atuam na redução desse sintoma e proporcionam maior qualidade de vida.

Além disso, as atividades não interferem no tratamento oncológico como um todo. Os exercícios também possibilitam aos pacientes uma melhora na composição corporal e na diminuição da ansiedade, sintoma comum em pacientes ao receberem o diagnóstico de um câncer.

Importante salientar que cada paciente é único e existem algumas limitações que podem ocorrer devido aos efeitos colaterais da quimioterapia. A recomendação é sempre conversar com o seu médico antes de qualquer decisão. No caso do jogador Joe, vimos uma história de superação, um exemplo das altas taxas de cura em alguns tipos de câncer e a possibilidade do retorno à rotina habitual após o tratamento oncológico.

Guilherme Perini é médico hematologista do Hospital Albert Einstein em São Paulo