Jogadores do SC Gaúcho alegam que vídeo em vestiário ‘foi brincadeira’

Dois dos três atletas envolvidos na masturbação coletiva mostram arrependimento e dizem entender a demissão

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 6 de julho de 2017 às 17:13

- Atualizado há um ano

O vídeo de três jogadores do SC Gaúcho, de Passo Fundo, em masturbação coletiva no vestiário da equipe tem sido um dos assuntos mais comentados da semana. Na terça (4), os três atletas acabaram demitidos do clube não pelo ato homossexual, segundo o presidente Gilmar Rosso, mas por acontecer dentro do vestiário e pela gravação e posterior vazamento do vídeo.SC Gaúcho disputa a terceira divisão do Rio Grande do Sul (Foto: Facebook/Reprodução)Nesta quinta (6), dois jogadores envolvidos deram suas versões do fato, em entrevista ao portal UOL. Constrangidos pela repercussão e arrependidos, eles garantem que tudo não passou de uma resenha do próprio elenco. O terceiro atleta preferiu não se posicionar.

“Foi uma brincadeira. Até no próprio vídeo a gente aparece dando risada. Quem olha, sabe que não tem maldade, vai perceber que foi brincadeira. As pessoas têm preconceito, mas nenhum dos três é homossexual, gay. Os três são casados ou têm namorada. O vestiário estava cheio, foi uma brincadeira, demos risada. Não sabíamos que daria essa repercussão. Não foi nada para magoar alguém”, afirmou o volante Guto, um dos dois "manipulados" no vídeo.

A repercussão do vídeo, enviado para o grupo de Whatsapp do elenco e que se espalhou sem controle, causou problemas pessoais também para o trio. Além de serem xingados, ofendidos e criticados nas redes sociais, os familiares também sofreram.

A namorada de Guto foi desrespeitada, segundo ele. “Eu tenho namorada. Ela ficou bem chateada porque envolveram ela junto. Ficaram tirando sarro dela. Mas ela me conhece e sabe que foi só brincadeira. Até rede social eu estou evitando de mexer muito para não ficar remoendo“, disse.

O também volante Caio, que pratica a masturbação nos colegas de equipe, também se defende. “Fomos fazer uma brincadeira, sem maldade. Claro que quem está olhando, a maioria das pessoas, vai reagir negativamente. Até eu se olhasse aquilo ia me assustar, mas foi uma brincadeira dentro do vestiário”, garante o jogador de 22 anos, que admite que a vida mudou após o ocorrido.

Quando viu que o vídeo tinha se espalhado, Caio já imaginava a bronca que viria em seguida. “Avisamos nossos familiares. Minha namorada me conhece e reagiu bem. Quem é próximo de nós, sabe como somos. Respeito quem é gay, mas eu gosto de mulher”, conta.

Os dois jogadores entendem a demissão do clube, ainda que tenham ouvido antes que permaneceriam no grupo. “A gente errou em fazer essa brincadeira, a gente tem noção disso. Passou do limite da brincadeira por estar pelado, por envolver sensualidade, essas coisas. A gente se arrependeu, estamos envergonhados. Eu entendi a posição dele (do presidente do clube) pela repercussão muito grande. Envolve torcida, patrocínio, dinheiro, foi melhor assim”, analisa Guto, de 23 anos.

Agora, os dois jogadores só querem deixar a poeira baixar para tentar continuar a carreira em outros clubes. “Eu sei que isso vai fechar portas para mim e sei que Deus vai abrir outras portas tanto para mim quanto para os meninos”, diz Caio.