Jornalista se demite ao vivo por ser impedido de perguntar a Bolsonaro

Em entrevista, presidenciável colocou condição de só responder ao apresentador

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  • Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 15:36

- Atualizado há um ano

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O jornalista Juremir Machado da Silva se demitiu ao vivo de um programa de rádio depois de ser impedido de fazer entrevistas ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). O fato foi nesta terça-feira (23), na Rádio Guaíba, em Porto Alegre. A empresa faz parte do Grupo Record.

Bolsonaro foi entrevistado no programa "Bom Dia com Rogério Mendelski", mas aceitou ser perguntado somente pelo apresentador que dá nome à atração. Depois da entrevista, Mendelski explicou que havia sido uma condição de Bolsonaro só falar com ele.

“Nós podemos dizer que o candidato nos censurou?”, perguntou Juremir Machado. Ele e outros dois jornalistas, Jurandir Soares e Voltaire Porto, acompanharam a entrevista em silêncio. Mendelski diz que não achava correto classificar de censura e que Bolsonaro nem sabia que havia outros jornalistas no estúdio. “O silêncio de vocês foi uma condição do candidato”, explicou.  “Ele disse que falaria somente comigo. Não tem censura”, opinou.

“Eu achei humilhante e, por isso, estou saindo do programa. Foi um prazer trabalhar aqui por 10 anos”, afirmou Juremir, deixando imediatamente o estúdio. 

Gustavo Chagas, produtor da rádio, afirmou ao BuzzFeed Brasil que Jurandir não se demitiu da empresa, tanto que participou de outros programas hoje. "Sou produtor da rádio e também recebi o teu e-mail. Não falo pela empresa, mas só faço um esclarecimento: Juremir não pediu demissão. Ele participou normalmente de seus outros espaços na programação depois do ocorrido. Teve seu comentário durante o programa Direto ao Ponto, o qual produzo; participou do debate esportivo Ganhando o Jogo e, neste exato momento, apresenta o seu programa, Esfera Pública, ao lado de Taline Oppitz. A transmissão está ao vivo no Facebook da emissora", escreveu.