Jovem denuncia banda de forró por homofobia e agressão durante show no Ceará

Vídeo mostra rapaz sendo constrangido por vocalista após ser chamado ao palco

Publicado em 1 de agosto de 2017 às 16:57

- Atualizado há um ano

Um jovem acusa a banda Forró de Qualidade de homofobia por conta de cenas que aconteceram durante show em Morada Nova, no interior de Ceará. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o rapaz sendo constrangido e até sofrendo agressões físicas depois de subir ao palco, por convite da própria banda.No dia após o show, que aconteceu em 26 de julho, o rapaz foi até a delegacia prestar queixa contra os integrantes da banda. "A vítima foi encaminhada para fazer corpo de delito. Vamos analisar as imagens com calma para dar seguimento à investigação", explicou o delegado Luciano Barreto ao Extra. Nas imagens, Alesson Porto, vocalista da banda, aparece segurando a cintura do rapaz e tentando simular movimentos sexuais atrás dele. O rapaz tenta fugir do cantor e anda pelo palco, mas Alesson vai atrás dele.O cantor chega a gritar no final: “Ô, viado palha. Isso que dá chamar viado. Sai daqui, viado!”. Depois, o rapaz é arrastado para fora do palco e é alvo de um chute.Assessor jurídico do grupo, Leonardo Feitosa Arrais afirma que os vídeos "não condizem com a relidade" porque foram editados para prejudicar os integrantes da banda. "A banda destaca que a verdade virá à tona quando as investigações forem concluídas. O rapaz vitimizou para ferir a imagem do grupo".

BrincadeiraUm vídeo que circula nas redes sociais mostra o cantor falando do episódio. Ele diz que nem ele nem ninguém da banda tem homofobia. “Na banda, a gente tem pessoas, amigos, que trabalham com a gente, que são homossexuais e que são mais fundamentais até que a gente que canta”, afirma.

"Infelizmente, o que era para ter sido uma brincadeira se tornou algo que saiu do controle, que muitas pessoas estão vendo com maus olhos ”, continua. Para ele, quem não estava no show não tem como entender a situação e diz que pediu desculpas ainda durante o evento, mas que "isso ninguém filmou, ninguém fez vídeo". Ainda diz que ligou para o rapaz e que ele estava "sereno".

Ele defende que a vítima insistiu para ser chamada ao palco, embora ele tivesse que encerrar a 'brincadeira da latinha' por conta do tempo. “Tava lá direto, chamando a gente, e até xingando. Eu decidi, botei o microfone na boca dele e ele me chateou, dizendo algumas palavras, chamando a gente de fraco, chamando a banda de fraca. Aquilo também me chateou, mas mesmo assim chamei ele para participar para brincar. Brinquei com ele, vocês que viram o video, vocês viram que em nenhum momento o Alex ele pede para mim parar, usei de más palavras, mas não com intenção de magoá-lo, de humilhar, de denegrir a imagem do Alex, não (sic)”. 

Ele diz ainda que estaria sofrendo ameaças, assim como sua família.