Jovem denuncia bilhete de vizinho chamando suas roupas de vulgares: 'Senti náuseas'

Ana Paula registrou boletim de ocorrência

  • D
  • Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2021 às 08:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo Pessoal

Ana Paula Benatti, de 22 anos, estava em seu apartamento em Maringá, interior do Paraná, quando se deparou com um bilhete anônimo colocado por baixo de sua porta. Na carta, o remetente exigia que ela "tivesse pudor e decência de usar roupas adequadas nas dependências do condomínio".

O caso aconteceu na sexta-feira (7) e foi compartilhado pela jovem em seu Facebook. Além disso, a jovem prestou um boletim de ocorrência para tentar localizar o responsável pelo bilhete.

"A senhora não está tendo o respeito usando roupas vulgar (sic). Não sei de onde veio, mas aqui mora gente de família. Então, por favor, dá-se o respeito porque eu como homem e pai de família, fiquei com vergonha de estar com minha filha e a senhora quase nua lá fora. (...) Aqui não é zona. Respeite as famílias desse lugar", dizia a carta recebida pela jovem.

Em entrevista ao Uol, Ana Paula conta que ficou constrangida e indignada ao ler o recado. 

"Eu não esperava que iria ler algo tão absurdo. Quando eu comecei a ler, no momento eu senti náuseas. Fiquei indignada. Não queria acreditar no que estava lendo. Foi um absurdo total e me julgou sem me conhecer", afirmou.

Short  A jovem não sabe o que seria "roupa vulgar" na visão do moralista, mas acredita ter sido julgada ao usar short e blusa nas dependências do condomínio.

"Se a intenção da pessoa buscava fazer eu desistir de morar no condomínio, conseguiu tirar minha paz somente naquele dia. Continuo indignada, mas quem me fez o mal foi ela. Independentemente do que eu vestir, deve ser respeitado. Estava com shortinho e blusinha, só isso", ressaltou ao Uol.

O condomínio, segundo Ana Paula, prometeu buscar identificar o morador que produziu a carta anônima através da inspeção das câmeras de segurança nas áreas em comuns. Não existem imagens internas dos blocos de apartamentos.

"As mulheres não devem se calar por motivo algum. Nós somos livres para usarmos o que a gente quiser e não algo para agradar alguém que acha isso errado", declarou a jovem, que contratou um advogado para acompanhá-la no processo. "Vou levar o caso até onde eu conseguir, até o final", completa.