Juros altos e burocracia afastam empreendedores dos bancos

Pesquisa revela insatisfação dos microempreendedores com o sistema financeiro

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  • Geraldo Bastos

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

Taxas de juros elevadas, excesso de burocracia e a falta de avalista e garantias têm afastado os micro e pequenos empreendedores  do sistema bancário. Isto é o que revela uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgada ontem, e que aponta que 86% dos empresários evitaram, nos últimos seis meses, qualquer tipo de empréstimo. E mais: 61% deles afirmaram que não obtiveram, nos últimos cinco anos, nenhum  crédito. Também para 61% dos empreendedores o sistema bancário nacional é hoje  "ruim ou muito ruim"  - a pior avaliação desde 2013. "Na prática, os bancos só estão disponíveis para as médias e grandes empresas, que podem oferecer maiores garantias", diz o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. 

O levantamento do Sebrae - que ouviu 6 mil empreendedores, em todo o país, entre os meses de junho e agosto deste ano - revela ainda que 23% dos micro-empreendedores não possuem nenhuma garantia para oferecer às instituições financeiras. Mostra ainda que os empréstimos com bancos privados representam apenas 12% do total dos financiamentos e o fator que mais pesa na hora de tomar um empréstimo é o seu custo.  "O desafio hoje é como fazer com que a taxa de juros na ponta (cobrada pelos bancos) não fique tão distante da taxa básica (a Selic). Este é um trabalho de construção coletiva", afirmou Afif Domingos, na abertura do IV Fórum de Cidadania Financeira, que acontece na sede do Banco Central, em Brasília. 

Segundo o presidente do Sebrae, os resultados da pesquisa mostram um quadro "muito sombrio" e evidenciam que, apesar da superação do pior momento da crise econômica e da expressiva redução dos juros pelo Banco Central, os pequenos negócios seguem "excluídos" do crédito bancário. "Os pequenos negócios respondem por  98% da atividade empresarial brasileira e por 57% dos empregos gerados.  Nós não podemos ignorá-los", enfatizou Guilherme Afif Domingos, que defendeu durante seu discurso a desconcentração do sistema bancário e a aprovação ainda este ano do Cadastro Positivo. 

Banco Central Presente na abertura do evento, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a cidadania financeira é um tema importante para a execução da missão do Banco Central de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.  Ele salientou ainda que é essencial para o desenvolvimento econômico do país que a população seja inserida com qualidade no sistema bancário. "Que seja capaz de tomar decisões financeiras conscientes e bem informadas. E que possa contar com um ambiente regulatório e com canais de solução de conflitos efetivos que garantam o equilíbrio no relacionamento entre clientes e fornecedores de serviços", afirmou Goldfajn. 

Em seu discurso, ele afirmou ainda que o Banco Central tem conseguido avanços importantes na agenda da cidadania financeira, como o desenvolvimento de indicadores de cidadania financeira, a criação do Comitê do Cidadão, o lançamento do Portal de Dados Abertos do BC, a aprovação da Política de Relacionamento do Banco Central com o Cidadão e o desenvolvimento de um sistema de acompanhamento online de demandas, o aplicativo BC+ Perto.

"Lembro que a cidadania é uma via de mão dupla, envolvendo direitos e deveres para toda a sociedade", afirmou Ilan Goldfajn. Da mesma forma, a estabilidade, solidez e desenvolvimento do Sistema Financeiro Nacional, bem como a melhoria da cidadania financeira da população, depende da atuação responsável de todos os envolvidos: clientes conscientes e bem informados, provedores atuando de forma transparente e reguladores atentos às necessidades da população, às mudanças de cenário e ao equilíbrio do mercado". 

O  IV Fórum de Cidadania Financeira discute o desenvolvimento e a oferta de serviços financeiros responsáveis. O evento promovido pelo Banco Central e Sebrae reúne especialistas em finanças pessoais, economistas, dirigentes de bancos, dentre outros. Ontem, o evento debateu, dentre outros assuntos, os desafios e oportunidades da cidadania financeira no Brasil, a digitalização como uma possível solução à inclusão financeira sustentável e o uso de serviços financeiros pelas famílias de baixa renda.  GMT Detectar idiomaAfricânerAlbanêsAlemãoAmáricoArabeArmênioAzerbaijanoBascoBengaliBielo-russoBirmanêsBósnioBúlgaroCanarêsCatalãoCazaqueCebuanoChicheuaChinês simpChinês tradChonaCingalêsCoreanoCorsoCrioulo haitianoCroataCurdoDinamarquêsEslovacoEslovenoEspanholEsperantoEstonianoFilipinoFinlandêsFrancêsFrísioGaélico escocêsGalegoGalêsGeorgianoGregoGuzerateHauçaHavaianoHebraicoHindiHmongHolandêsHúngaroIgboIídicheIndonésioInglêsIorubaIrlandêsIslandêsItalianoJaponêsJavanêsKhmerLaosianoLatimLetãoLituanoLuxemburguêsMacedônicoMalaialaMalaioMalgaxeMaltêsMaoriMarataMongolNepalêsNorueguêsPachtoPersaPolonêsPortuguêsPunjabiQuirguizRomenoRussoSamoanoSérvioSessotoSindiSomaliSuaíleSuecoSundanêsTadjiqueTailandêsTâmilTchecoTelugoTurcoUcranianoUrduUzbequeVietnamitaXhosaZulu AfricânerAlbanêsAlemãoAmáricoArabeArmênioAzerbaijanoBascoBengaliBielo-russoBirmanêsBósnioBúlgaroCanarêsCatalãoCazaqueCebuanoChicheuaChinês simpChinês tradChonaCingalêsCoreanoCorsoCrioulo haitianoCroataCurdoDinamarquêsEslovacoEslovenoEspanholEsperantoEstonianoFilipinoFinlandêsFrancêsFrísioGaélico escocêsGalegoGalêsGeorgianoGregoGuzerateHauçaHavaianoHebraicoHindiHmongHolandêsHúngaroIgboIídicheIndonésioInglêsIorubaIrlandêsIslandêsItalianoJaponêsJavanêsKhmerLaosianoLatimLetãoLituanoLuxemburguêsMacedônicoMalaialaMalaioMalgaxeMaltêsMaoriMarataMongolNepalêsNorueguêsPachtoPersaPolonêsPortuguêsPunjabiQuirguizRomenoRussoSamoanoSérvioSessotoSindiSomaliSuaíleSuecoSundanêsTadjiqueTailandêsTâmilTchecoTelugoTurcoUcranianoUrduUzbequeVietnamitaXhosaZulu A função de fala é limitada a 200 caracteres Opções : Histórico : Comentários : Donate Encerrar