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Ele fez insinuação de teor sexual sobre repórter da Folha de S. Paulo
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 18:03
- Atualizado há um ano
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou nesta quinta-feira (21) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a indenizar por danos morais em R$ 30 mil a jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Ainda cabe recurso.
Na decisão, o juiz Luiz Gustavo Esteves, da 11ª Vara Cível de São Paulo, determinou ainda que Eduardo pague as custas processuais e com advogados no valor de 15% da condenação.
A jornalita foi à Justiça depois de sofrer uma ofensa de cunho sexual por parte de Eduardo Bolsonaro, em uma live. Ele disse que Mello "tentava seduzir" fontes em troca de informações para prejudicar o governo Bolsonaro. A fala aconteceu em uma live do canal Terça Livre, em maio do ano passado.
O parlamentar também disse que a repórter criava notícias falsas para interferir na eleição. “É igual a Patrícia Campos Mello. Fez a fake news de 2018, para interferir na eleição presidencial, entre o primeiro e segundo turno, e o que ela ganhou de brinde? Foi morar no Estados Unidos, correspondente, né? Acho que da Folha de S.Paulo, lá nos Estados Unidos”, disse.
O juiz entendeu que Eduardo cometeu "ofensa à honra da autora, posto que o requerido lhe imputou, falsamente, (a) a prática de fakenews e, via consequência, a conquista de uma promoção no trabalho e (b) que teria se insinuado sexualmente para obter informações do seu interesse". Destacou que pelo cargo importante que ocupa ele deveria "ter maior cautela nas suas manifestações, o que se espera de todos aqueles com algum senso de responsabilidade para com a nação".
O deputado não comentou a condenação.
Patricia Campos Mello é uma das jornalistas mais premiadas do país. Ela venceu a última edição do Prêmio Internacional de LIberdade de Imprensa e do Prêmio Rei da Espanha. Também é autora de livros, o mais recente chamado "A máquina do ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital" (Cia. das Letras).