Kátia Borges disputa Jabuti com crônicas que publica no CORREIO

O poeta Aleilton Fonseca, os quadrinistas Fábio Costa e Igor Souza, e o projeto Casinha de Livros, também representam a Bahia na premiação

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  • Doris Miranda

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 19:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Érica Ribeiro/divulgação

Colunista semanal do CORREIO, a esccritora, jornalista e professora Kátia Borges, 52, é uma das finalistas do Prêmio Jabuti 2021, que anunciou nesta terça (9) a lista com os livros e os autores indicados. Kátia concorre na catergoria crônica, com A Teoria da Felicidade (Editora Patuá/R$ 40), que compila os textos que publica nas edições especiais de fim de semana do jornal. É o primeiro livro de crônicas da escritora, que tem se dedicado mais à poesia.

"Não esperava em absoluto. Me pegou de surpresa, estou muito feliz com a indicação. Sou apaixonada pelo gênero e é um desafio produzir a cada semana. É muito bacana ver que o livro está entre os dez finalistas, entre tantos outros tão bons quanto. Não sei se terá alguma influência na minha carreira, mas estimula a tentar ser melhor, a seguir escrevendo", afirma Borges, que contou com a pós-produção literária do escritor Sérgio Tavares, que a ajudou a selecionar os textos e a organizar o livro. Os textos do livro foram publicados no CORREIO entre agosto de 2018 e novembro de 2019.

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Para ela, a crônica é uma possibilidade de atingir mais leitores, visto que o autor divide suas experiências pessoais e assim provoca uma certa empatia entre quem está lendo aquele texto."A crônica é o lugar de resistência da literatura nos jornais, onde a vida pede um respiro, faz uma pausa, onde o leitor olha para o horizonte do cotidiano", opina. A Teoria da Felicidade reúne 43 textos publicados no CORREIO na coluna que sai na edição do fim de semana. Os assuntos são os mais variados, incluindo até experiências bem particulares, como a morte do poodle da escritora, quando o cachorro já tinha 17 anos, como se lê no texto Tenho Cá Pra Mim que Cães São Anjos. 

“O desafio é exatamente este: partir de algo pessoal e fazer que as pessoas se sintam representadas ali, se identificando às vezes com situações que viveram”, diz Kátia. Apesar dos tempos difíceis em que vivemos, a autora garante é a felicidade do título é possível: "Eu penso que a felicidade é, sobretudo, entender que ela não possui rótulos ou código de barras, que não está no amanhã. Mas no presente. E, mais, nunca é pessoal, é impossível ser feliz por completo em um planeta doente. Então se torna quase utopia em um mundo como o nosso".  Aleilton Fonseca também concorre ao Jabuti, na categoria poesia (divulgação) O título do livro é retirado de uma das crônicas, Por Uma Teoria Pessoal da Felicidade, publicada em setembro de 2018. “Este título foi escolhido porque resume as crônicas, que falam de felicidade. Mas falam de um outro tipo de felicidade, de um questionamento sobre a vida. Uso memórias da infância para escrever as crônicas. Revisito minha infância e os textos têm uma coisa muito baiana. Mas é aquela história, que chega a ser clichê: parto do pessoal para chegar ao universal”, diz Kátia.

Neste texto, a autora lembra um episódio envolvendo Albert Einstein, quando o físico teórico escreveu uns conselhos para oferecer como gorjeta a um funcionário do hotel onde estava hospedado. “Uma vida calma e modesta traz mais felicidade que a busca de sucesso e a inquietação constante”, dizia um dos bilhetes escritos de próprio punho pelo físico. A HQ Rocha Navegável, dos baianos Fábio Costa e Igor Souza, trata da Revolta dos Malês (divulgação) Além de Kátia Borges, outros três autores representam a Bahia no Prêmio Jabuti. Na categoria Comics, Fábio Costa e Igor Souza disputam com a HQ Rocha Navegável (RV Cultura e Arte). Já na categoria poesia, o autor Aleilton Fonseca disuta com o livro A Terra em Pandemia (Mondrongo).  De Irecê vem outro representante da Bahia: o  projeto Casinha de Livros, de Clara Beatriz, é finalista na categoria fomento à leitura