La revolución albiceleste na Rússia

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  • Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Mal havia começado a Copa do Mundo e aqui sugeri que a Espanha, cujo treinador fora demitido dias antes, poderia fazer história se entrasse no torneio sem técnico – ou com Iniesta de jogador-treinador. Hierro, escolhido para o cargo, já atrapalhou um pouco, como era de se esperar, mas os espanhóis chegaram às oitavas.

Confesso ter ficado feliz, entretanto, porque a Argentina confirmou, por linhas tortas, o que aqui foi escrito: depois que os jogadores chutaram o treinador pra escanteio, a equipe melhorou e passou de fase.

O time argentino segue um mangue tático? Sem dúvida. Eles podem cair fora hoje, diante da França? Claramente sim, mas contra a Nigéria, especialmente no primeiro tempo, surgiram ao menos faíscas de uma organização que há muito não se via às margens do Rio da Prata.

A mágica se deu depois que os atletas tomaram a rédea da mula albiceleste e, sem dó, deceparam a cabeça careca de Jorge Sampaoli, que nem é mal treinador, mas se esforçou bastante para levar seus comandados à beira do abismo.

Na lateral do campo, Sampaoli passou a gesticular para ninguém, como se regesse uma orquestra com músicos vendados - Ivanzilo diz que se fosse trocado pelo ex-tenista Andre Agassi, ninguém notaria, dada à semelhança física. Dentro das quatro linhas, passou a vigorar o esquema “vamos como a gente achar que deve ir e bola pra Messi”.

Após o triunfo ante a Nigéria, emerso das cinzas graças a um improvável golaço de direita do canhoto Rojo, Sampaoli foi aos microfones para reconhecer: “Muitas vezes o ego do treinador não permite entender o que passa com o jogador”.  

O levante argentino tem tudo pra dar errado, mas ninguém se surpreenda se der certo.     

O eixo

Philippe Coutinho, revelado pelo Vasco, passou por tudo que é seleção de base e sempre foi apontado como um provável craque. Depois de ir para a Europa, deu a impressão de que seria mais um destes tantos foguetes que dão chabu. De repente, pegou gás e agora corresponde muito bem às expectativas criadas anos atrás.

Na primeira fase da Copa, Coutinho transformou-se no principal jogador da Seleção Brasileira. Impôs-se de tal forma que virou o eixo do time, iniciando as jogadas, criando na frente e fazendo gols. Mais ainda: assumiu tal condição sem nenhuma obsessão por ser o protagonista.

Parece que é esta obsessão que, infelizmente, às vezes atrapalha Neymar.        

Guia privilegiado

Todo mundo sabe que Willian não jogou nada nos três primeiros jogos da Seleção e só não perdeu a posição de titular porque Douglas Costa se contundiu. Contra a Sérvia, sem Douglas no banco, Tite poderia recorrer a Taison, mas não quis, o que serviu para finalmente acabar com todos os questionamentos sobre a convocação do jogador do Shakhtar, que rolavam desde a divulgação da lista da Copa.

Taison, agora sabemos todos, foi convocado para ser guia durante o Mundial, já que mora há uns bons anos na Ucrânia, uma ex-república soviética, e deve conhecer bem alguns costumes da região. Era mesmo muito estranho imaginar que ele tinha sido chamado para jogar.  

 Prioridades

Depois de 15 dias intensos, chegou o primeiro dia de Copa sem Copa. Uma amiga fez bom uso do tempo livre, mas sem esquecer as prioridades: "O crush saiu daqui de casa agora e eu tô pensando que ainda bem que nestas horas offline não perdi nenhum jogo da Copa".

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados.