Laboratório digital do Afrobapho terá mapeamento com mais de 200 artistas negros LGBTIA+ do Nordeste

Projeto é a primeira produção de grande porte feita pelo coletivo fundado em 2015 por pessoas LGBTQIA+ da periferia de Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2021 às 22:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Edgar Azevedo/Divulgação
Alan Costa é fundador do coletivo Afrobapho por Foto: Edgar Azevedo

Rodas de diálogos, imersões artísticas e pocket shows num grande laboratório digital de artes integradas que quer provar que a Bahia segue pegando fogo em suas produções de cultura. Tudo isso é o resumo do AfroBaphoLab, laboratório digital criado pelo Coletivo Afrobapho que vai lançar um mapeamento com mais de 200 artistas LGBTQIA+ do Nordeste e, assim, abrir caminhos, criar conexões e potencializar essas carreiras.

O projeto carrega o tema 'Bahia is Burning', que quer dizer literalmente que a Bahia está pegando fogo. De acordo com a produção, o evento tem objetivo de visibilizar as produções de artistas independentes de Salvador e acontece de 13 a 15 de agosto.

A programação conta com música, dança e performances, numa programação com apresentações musicais de artistas como Ventura Profana, Nêssa, Maya, DICERQUEIRA, entre outros. Além disso, também haverá o lançamento de uma plataforma digital com mais de 200 artistas negros LGBTIA+ do Nordeste, mapeados e cadastrados, e uma websérie com 5 episódios, narrando a relação do coletivo com o ARTvismo. 

Fundador do coletivo, Alan Costa comemora o acontecimento do projeto, que classifica como a primeira produção de grande porte do Afrobapho, coletivo baiano formado por jovens negros LGBTIA+ das periferias de Salvador que desde novembro de 2015 usa dança, música, produções audiovisuais e performances artísticas para lutar contra o racismo, falar de questões de estética, dissidências de sexualidade e gênero, que confrontam o padrão heteronormativo da sociedade.

“Estou muito feliz com o acontecimento desse projeto que será marcado como a primeira produção de grande porte do Afrobapho, que apresenta uma história de construção de novas narrativas criativas para visibilizar corpos dissidentes nas produções culturais e artísticas independentes”, disse Alan.

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Responsável pela estratégia, inovação e gestão das plataformas de cultura da Natura, Fernanda Paiva explica que o projeto tem a capacidade de gerar impacto positivo no ecossistema onde está inserido.

"Isso se traduz em ações de inclusão, sustentabilidade, apoio à diversidade e educação. São pilares fundamentais para as mudanças que desejamos vivenciar no mundo”, diz Fernanda.

O AFROBAPHOLab: Bahia is Burning foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (Fazcultura), ao lado de Nara Couto, Mestre Aurino de Maracangalha, Mahal Pita e Mercado Iaô, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 58 projetos de música até 2020, como Margareth Menezes, Jadsa, Mateus Aleluia e Ilê Ayê.