Laudos de afogamento de criança em creche devem começar a ser liberados na segunda

Laudos de necrópsia, perícia e engenharia começarão a ser enviados para delegada da 11ª DT para complementar investigação

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 19:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ CORREIO

Os laudos de necrópsia, perícia e engenharia do afogamento de um bebê na creche escola Construir, na última quinta-feira (15), no Cabula VI, devem começar a ser liberados para a Polícia Civil a partir da próxima segunda-feira (22), de acordo com a delegada Lúcia Janser, da 11ª Delegacia Territorial - Tancredo Neves.

Victor Figueredo de Andrade Santos, de 2 anos e 9 meses, morreu após cair na piscina da creche. Ele chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cabula, mas não resistiu.

A delegada já havia ouvido seis pessoas, incluindo o diretor, a professora de Victor e mais quatro funcionários da escola. De acordo com ela, mais pessoas foram ouvidas, como o médico que atendeu o menino na UPA. “Eu agora estou dependendo do laudo, para analisar se irei ouvir mais alguém”, afirmou. Os pais ainda não prestaram depoimento. Victor chegou a ser socorrido para a UPA do Cabula, mas não resistiu (Foto: Júlia Vigné/ CORREIO) Os responsáveis pela morte de Victor, filho de Bruna Bispo e André Andrade, podem ser indiciados por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) por negligência. De acordo com a delegada Lúcia Jansen, titular da 11ª Delegacia (Tancredo Neves), há a possibilidade de o inquérito identificar mais de um responsável.  

“Eu ainda não identifiquei o responsável. Agora espero o laudo para saber mais detalhes do local do crime, que a gente pode identificar alguns parâmetros”, disse. Para Lúcia, ouvir os pais também é imprescindível. “É importante porque eles dão detalhes sobre o horário em que a criança foi deixada na escola, quantas tinham na hora e quem recebeu o Victor”, explicou.

O advogado da creche, Fernando Santos, afirmou que está colaborando com a delegada e que irá aguardar o desenrolar dos fatos. “Estamos amadurecendo um processo de investigação interna para auxiliar a Justiça. Queremos descobrir o que aconteceu e estamos ouvindo os funcionários”, disse Santos.

Relembre o caso Victor Figueredo de Andrade Santos, de 2 anos e 9 meses, morreu afogado em uma piscina da Escola Constuir, no Cabula VI, na manhã da última quinta-feira (15). O garoto foi socorrido para a UPA de Cabula, ao lado do Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, mas acabou falecendo.

De acordo com ambulantes que trabalham em frente a UPA, o menino foi levado à UPA por dois homens, já pálido e sem sinais de vida. Os pais só chegaram minutos depois. Ao saber da morte, a mãe chorou e pediu para ver o garoto. Ela chegou a ser medicada no local por conta do choque da notícia.

As aulas da Escola Constuir, no Cabula VI, só poderão ser retomadas após a conclusão do inquérito policial. Uma nota de pesar foi publicada pela unidade em sua página do Facebook. No comunicado, a creche lamentou a morte da criança e afirmou que se disponibiliza para dar “todo o suporte necessário neste momento”.

A escola periciada pela polícia técnica e por engenheiros. “O que vai nos ajudar é o laudo da engenharia, que vai nos dizer se a escola está adaptada às regras para o funcionamento da creche. A questão agora é a responsabilidade”, destaca a delegada.

A perícia irá ajudar no entendimento de como a criança teve acesso à piscina. “Vamos ver se a criança escorregou, porque o local está em obras, tem resto de material de construção. Lá existe uma cerca que não é próxima à piscina e existia uma porta que dá acesso à piscina. Por descuido, ela ficou aberta”, relata.