Lava Jato desconfiou de empreiteiro pivô da prisão de Lula, diz jornal

Reportagem da Folha de S. Paulo divulgou conversas de procuradores da operação

Publicado em 30 de junho de 2019 às 11:01

- Atualizado há um ano

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O empreteiro que acusou o ex-presidente Lula foi visto com desconfiança pelos procuradores da Operação Lava Jato. Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, passou mais de um ano negociando, amas era tratado com descrédito.

De acordo com reportagem divulgada pela Folha de S. Paulo, com base nas conversas do material recebido pelo Intercept Brasil, ele só passou a ser considerado após mudar mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.

Léo Pinheiro só apresentou a versão que incriminou Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato. As mensagens analisadas pela Folha e pelo Intercept mostram que os relatos apresentados pela empreiteira sofreram várias alterações até que os procuradores aceitassem assinar um termo de confidencialidade com os advogados, passo essencial para que as negociações avançassem.

O empreiteiro foi recebido com ceticismo desde o início. “A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa mas não nos comprometemos com nada.”

A Folha divulga uma parte dos diálogos: “na última reunião dissemos que eles precisariam melhor[ar] consideravelmente os anexos”, disse o procurador Roberson Pozzobon aos colegas em julho.

“Os anexos que a OAS entregou hoje são muito semelhantes Àqueles que a carol enviou antes aqui”, escreveu a procuradora Jerusa Viecili no Telegram após a reunião. “Só há alguns anexos novos.”