Lava Jato pede condenação de operador de baianos por 2 crimes cometidos 338 vezes

Por Jairo Costa Júnior

  • D
  • Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Múltipla corrupção A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) pediu que o ex-gerente da Transpetro no Nordeste, José Antonio de Jesus, que revelou o pagamento de propinas a políticos baianos, seja condenado por dois crimes cometidos 338 vezes.

De acordo com as alegações finais enviadas pelo MPF ao juiz Sérgio Moro, José Antônio teria praticado em 304 ocasiões o crime de ocultação de valores ou bens ilegais, previsto na lei de combate à lavagem de dinheiro. O MPF solicitou a condenação do ex-gerente por corrupção passiva cometida 34 vezes.

Preso desde 21 de novembro pela Operação Sothis, 47ª fase da Lava Jato, José Antônio disse que a maioria dos quase R$ 7,5 milhões arrecadados por ele ia parar em mãos de políticos da Bahia.

Longa tranca Caso seja condenado, José Antônio pode ficar muito tempo na cadeia. Ambos os crimes podem render acima de 25 anos de cadeia, já que as penas originais aumentam quando cometidos reiteradas vezes ou por servidor público nomeado para cargo de direção.

Ônus na denúncia Réu em uma ação civil por dano aos cofres públicos, revelada na edição de ontem, o vereador José Trindade (PSL) corre risco de entrar no temido Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa.

No processo movido contra o parlamentar em 2 de abril, o Ministério Público da Bahia solicita a inclusão de seu nome no  banco de dados que lista políticos passíveis de inelegibilidade por causa da Lei da Ficha Limpa.

Trindade é um dos sete acusados de causar prejuízos de R$ 5 milhões decorrentes de supostas irregularidades em contratos de publicidade quando  era diretor administrativo-financeiro da Câmara, de 2006 a 2008.

Fala de novo, Trindade! Em resposta às acusações contra ele, José Trindade classificou o caso como “perseguição política” na ação movida pelo MP. Em nota à coluna, a assessoria do parlamentar diz que o MP acusa “equivocadamente” Trindade e outros seis réus de ilegalidades nos contratos de publicidade na Câmara: “A função desempenhada pelo vereador na época em que foi diretor, entretanto, não incluía o de ordenador de despesas. Ou seja, não cabia a ele realizar empenhos, liquidações e pagamentos referentes a contratos celebrados pela Câmara”.

Água fria O governador Rui Costa (PT) esfriou os ânimos dos aliados do advogado Fabrício de Castro, candidato ao comando da OAB da Bahia apoiado pelo atual presidente, Luiz Viana Queiroz.

É que Rui vetou o projeto de lei que obrigava o Estado a pagar honorários para advogados que prestassem assistência jurídica gratuita. A proposta era trunfo na campanha de Castro. Mas, para isso, alega o governo, já existe a Defensoria Pública.

Perto do fogo O ex-prefeito de Santo Amaro Ricardo Machado,  foragido desde o último dia 4, é esperado pela Justiça para duas audiências da Operação Adsumus, terça e quarta. Caso não vá, o petista vai se complicar de vez no cerco judicial que o aponta como pivô do esquema de desvios e fraudes em prefeituras do Recôncavo.

Pílula - Tréplica  Em segundo esclarecimento enviado à Satélite, a assessoria de imprensa do deputado federal Afonso Florence (PT) afirma que ele tem até 20 de julho para depor como testemunha do ex-presidente Lula no processo sobre o sítio de Atibaia. Negou novamente que a equipe do juiz Sérgio Moro esteja  tendo dificuldades para ouvi-lo, lembrou que se ofereceu para testemunhar a favor de Lula e classificou como infundada a nota publicada pela coluna.