Lazzo lança álbum, clipe e celebra sua história

Ájò marca 40 anos do cantor e compositor e tem participação de BNegão, Larissa Luz e Luedji Luna

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  • Ana Pereira

Publicado em 31 de julho de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Paola Alfamor/divulgação

 Composta por Lazzo Matumbi e Jorge Portugal há seis anos, a canção 14 de Maio está mais atual do nunca. Fala dos desdobramentos pós-abolição da escravidão, que seguem impactando o Brasil dos nossos dias. Pois a bela canção, conta Lazzo, está no embrião do álbum Ájò, que ele apresenta ao público em uma live neste sábado (31), às 19h, em seu canal no YouTube.

Depois de começar a produção em 2016 e pará-la por várias questões e dificuldades recorrentes, ele consegiu viabiliazar o projeto, que marca seus 40 anos de carreira, através da Lei Aldir Blanc. Por isso, escolheu a 14 de Maio para o clip assinado pela cineasta Urânia Munzanzu, que também será lançado hoje.   “É uma canção que reflete o que acontece com a população negra. É pra gente pensar sobre a nossa existência. Mas como diz Conceição Evaristo, a gente decidiu que não vai morrer”, afirma Lazzo, evocando sentidos como pertencimento e ancestralidade para buscar seu lugar na música e no mundo. Lazzo e Felipe Guedes: guitarrista é co-produtor musical do álbum e participa de live neste sábado (31)   É assim que ele explica, por exemplo, o encontro com o guitarrista Felipe Guedes, co-produtor musical do álbum e que acompanha Lazzo na apresentação. É que Lazzo já fez parcerias com o avô e o pai de Felipe, o Maestro Vivaldo Conceição e o músico Vivaldo Filho, respectivamente, e com o percussionista Gabi Guedes, tio do rapaz.“Via este garoto desde pequeno tocando. Ele se tornou um grande instrumentista, tem ouvido absoluto”, elogia Lazzo, que confessa ficar arrepiado em pensar em todas estas relações.

“Quero convocar nossa gente para a união e para a construção de um mundo melhor. Vamos mudar o roteiro deste trem, 2022 vem aí”, provoca Lazzo. A escolha do nome Ájò, palavra em iorubá que significa jornada ou união, passa por ai. Por isso, diz, convocou Larissa Luz, BNegão e Luedji Luna para cantar com ele no projeto.   E na jornada de Lazzo tem as canções politizadas, mas tem também muito suingue e festa, senão não seria ele. É só ouvir Inha, I'll Be Back e See You, que a vontade de dançar vem junto. Um dos pontos altos do álbum é a regravação de Djamila (parceria com Ray César), uma canção de 1981 em que Lazzo mostra como o reggae é a base de sua música. E tem ainda o lado romântico, naquela pegada vem correndo me abraça e me beija.  Neste domingo, às 20h, no YouTube https://www.youtube.com/results?search_query=lazzo+matumbi