Libertadores e o mercado do futebol

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 9 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, provavelmente negaria, mas deve estar bem satisfeito com as consequências do vandalismo ao ônibus do Boca Juniors antes da chegada da equipe ao estádio Monumental de Núñez no dia 24 de novembro.

O ocorrido só fez acelerar os planos de Dominguez para a chamada ‘internacionalização’ da Copa Libertadores. A mudança do jogo final para Madri, hoje, me parece o segundo passo para a competição perder parte de suas raízes rumo a sua mercantilização que combina mais, ora vejam, com o futebol europeu. 

O primeiro passo havia sido a mudança da final de dois jogos para um só, a partir de 2019, como acontece no Velho Continente. De nada adiantou o argumento, até simples, de que as distâncias entre os países da América do Sul, além da facilidade na mobilidade e da renda média, são bem diferentes que na Europa.

Primeiro uma final na América do Sul, daqui a pouco nos EUA... e pronto, o torcedor mais tradicional e mais pobre estará, finalmente, limado de acompanhar seu time na principal competição do continente. Conhecemos bem isso aqui no Brasil. Para os argentinos, fica a lição: não vacile com o mercado do futebol. Tudo que ele quer é uma desculpa para te eliminar do jogo. 

Chamusca Dentre as possibilidades no mercado – ainda que não estivesse ‘livre’ -, o Vitória acertou na escolha de Marcelo Chamusca como seu treinador para 2019. O treinador não é dos mais caros do mercado, possui bons trabalhos recentes e conta com identificação com clube, por conta de sua passagem com técnico nas divisões de base. Conhece a cultura do Leão.

A passagem ruim pela Ponte Preta foi pequena e fora da curva dos trabalhos recentes de Chamusca, que, inclusive, se mostrou um treinador melhor para pegar equipes em início de temporada do que no meio. Sua participação na composição do elenco é peça importante no quebra-cabeça de construção – em todos os aspectos - de um time competitivo e que possa, ao menos, fazer o torcedor rubro-negro esquecer do 2018 desastroso do clube.

Por isso, é necessário que se dê tempo e material humano para que Chamusca possa recriar o Vitória. De 2018, ficará só a revelação de jovens como Lucas Ribeiro e Luan, base a partir de onde o time do ano que vem precisará ser formado. Demitir o novo treinador depois de insucessos de início de temporada, caso ocorram, só irá mostrar que a gestão rubro-negra não tirou lições do ano tenebroso.

Surfe A janela para a última etapa do Mundial de Surfe abre neste domingo (9), no Havaí. Depois de quatro anos de seu único título, Gabriel Medina, enfim, parece ter se acostumado e entendido a vida de um esportista ‘visado’ por mercado e mídia. Ao que parece, houve um deslumbramento ali a partir da taça de 2014, que levou o paulista a perder um pouco o foco no seu trabalho, sobretudo no início da temporada, na Austrália. Agora, mais maduro, Medina me parece pronto para chegar no ápice técnico e de sua carreira. Mas nem ele e nem Filipinho – que está um passo atrás de Medina no amadurecimento – podem vacilar com Julian Wilson.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve aos domingos