Liderados por poderosos ataques, Fla e Liverpool decidem Mundial

Jogo neste sábado (21), às 14h30, botará Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol contra Salah, Mané e Roberto Firmino

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 21 de dezembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Shutterstock/Reprodução

É hoje. Após 38 anos - e oito dias - de espera, Flamengo e Liverpool voltarão a se encontrar e batalhar pelo título do Mundial de Clubes. Tudo acontecerá a partir das 14h30, no Estádio Internacional Khalifa em Doha, no Catar.

Ao rubro-negro, a meta é clara: botar ‘os ingleses na roda’ mais uma vez. No primeiro encontro, em 1981, o time brasileiro anotou três gols só no primeiro tempo (dois de Nunes e um de Adílio, todos com assistência de Zico) e aniquilou os rivais. Agora, lutam pelo bicampeonato.

Para deixar os mais supersticiosos contentes, há uma semelhança no vestuário do Flamengo de 1981 com o de 2019. Assim como no jogo comandado por Zico, Nunes e Adílio, a equipe usará o traje 2, predominantemente branco. Nas duas ocasiões, o Fla foi considerado visitante, mesmo com o mando de campo neutro. Enquanto isso, o Liverpool, mandante, usará seu tradicional vermelho. A escolha do ‘anfitrião’, porém, foi apenas uma coincidência - aconteceu em um sorteio, realizado antes mesmo da semifinal do torneio.

Falando nos Reds, o time segue na busca pelo seu primeiro troféu mundial. Além de 1981 e 2019, os ingleses se classificaram para uma final do torneio outras quatro vezes, mas não foram campeões. Nos anos de 1977 e 1978, não entraram em campo, por problemas no calendário. Em 1984, foram derrotados pelo Independiente, da Argentina, por 1x0. E, em 2005, perderam o troféu para o São Paulo, pelo mesmo placar. 

Trios poderosos De um lado, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Do outro, Salah, Mané e Roberto Firmino. É inegável que tanto o Flamengo quanto o Liverpool têm seus trios de ataque como um dos maiores pontos positivos.

Pelo campeão da Libertadores e do Brasileirão de 2019, as estatísticas são melhores neste quesito. Ao longo do ano, em 61 partidas oficiais disputadas, os camisas 14, 27 e 9 balançaram as redes 96 vezes - uma média de 1,57 gol por jogo. 

Levando em conta os 150 gols que o Fla tem na temporada, o trio vazou o rival em 64% das vezes. Com destaque para as aparições nas duas importantes viradas rubro-negras na temporada, contra o River Plate (pela final do torneio continental) e contra Al Hilal (pela semi do Mundial).

Se gostam de marcar, eles também sabem servir. O uruguaio teve 19 assistências no ano - 15 delas para seus companheiros de ataque. Bruno Henrique foi garçom 16 vezes e Gabigol, 11. 

Pelo Liverpool,  Salah, Mané e Firmino fizeram 66 gols em 49 duelos, uma média de 1,34 gol por confronto.

Os números individuais também trazem o clube da Gávea na liderança. Grande artilheiro na temporada do Flamengo, Gabigol marcou 43 vezes em 58 partidas - média de  0,74 gols/jogo. Considerado o matador dos Reds,  Sadio Mané tem a média de 0,61/jogo - foram 30 gols em 49 duelos.

Nas respectivas vice-artilharias, estão Bruno Henrique e Salah. O brasileiro botou a bola no fundo da rede adversária 35 vezes em 61 oportunidades (média de 0,57/jogo). O craque egípcio, por sua vez, marcou 24 vezes em 48 partidas (média de 0,5/jogo). Por fim, Arrascaeta tem média de 0,35 gols/partida (18 gols em 51 oportunidades), enquanto Firmino aparece com a média de 0,25 (12 gols em 47 confrontos jogados).

Vale lembrar que o Flamengo disputou, em 2019, cinco competições. Além do Mundial, esteve no Carioca, Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Já o Liverpool integrou seis torneios - Campeonato Inglês, Liga dos Campeões da Europa, Copa da Liga Inglesa, Supercopa da Inglaterra e Supercopa da Europa, além do Mundial.

Em campo Fora o trio ofensivo, o Fla irá contar com todos os seus titulares. Em sua última partida no ano, o time do técnico Jorge Jesus não tem desfalques e promete entrar no estádio Khalifa com força máxima.

Para sair como título, o treinador passou uma estratégia aos seus jogadores focada nos pontos fracos do rival. Em entrevista coletiva, Éverton Ribeiro não deu detalhes, mas comentou que o rubro-negro deve estar focado ao longo de toda a decisão. 

“Temos de jogar muito bem para podermos fazer uma grande partida e sairmos daqui campeões. A gente aprendeu que não pode desistir, sabemos do que somos capazes, o futebol que podemos apresentar. E que temos de jogar da nossa maneira durante os 90 minutos. Tem outro time que vai tentar anular nossas jogadas, temos de saber sair dessa marcação”, disse. 

“É um jogo onde o detalhe vai falar muito alto. Há uma grande equipe do outro lado e temos que ficar atentos desde o primeiro minuto para anular o que eles têm de melhor. Isso vai nos ajudar muito. Treinamos bem, fizemos tudo que tinha que ser feito e estamos prontos para levantar mais uma taça”, continuou.

Se o Flamengo já sabe quem mandará a campo, o Liverpool tem duas dúvidas: Van Dijk e Wijnaldum. Após passar mal antes da semifinal contra o Monterrey, o zagueiro participou do último treino, mas ainda há desconfiança sobre suas condições. Já o meia, com um problema muscular na coxa esquerda, não fez as atividades de ontem e dificilmente participará da final hoje. 

Além deles, o comandante Jürgen Klopp não contará com os zagueiros Lovren, Matip e o volante Fabinho, todos lesionados e que nem viajaram ao Catar.