Liga das Nações deixa Brasil e Europa mais distantes no futebol

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Escrevo essa coluna enquanto assisto, na televisão aberta italiana, à partida entre Portugal e Itália, pela Liga das Nações. O confronto não tem nada de amistoso e tem sido levado a sério por aqui. A nova competição da Uefa, que acontece a cada dois anos, substitui quase que inteiramente os amistosos na Europa, separando as seleções em quatro séries (com direito a rebaixamento e acesso) e elevando o nível de competitividade das partidas. Ainda não tivemos nem a conclusão da primeira rodada, mas já é claro o aumento do interesse de torcedores, jogadores e imprensa. Até porque, além do campeão do torneio, a Liga das Nações define quatro dos 24 classificados para a próxima Eurocopa. E isso vale muito.

Alemanha enfrentando a França, Espanha diante de Inglaterra, Portugal versus Itália e por aí vai. Na Europa, esqueça confrontos sem nenhum valor esportivo (porém, constantemente, com alto valor lucrativo) e não alimente esperanças de encontros entre seleções europeias e equipes de outras confederações, como a Seleção Brasileira. Será cada vez mais difícil assistir a um Brasil x Alemanha ou um Brasil x Itália fora da Copa do Mundo. A Europa se fecha, ciente de que manda no futebol mundial (tem os últimos quatro campeões mundiais) e que não sentirá muita falta de testar suas forças diante de seleções sul-americanas ou africanas, por exemplo.

Enquanto isso, a Seleção Brasileira enfrentará,nesta terça (11), a poderosíssima (só que não) seleção de El Salvador, que ocupa atualmente a 72ª posição do ranking da Fifa - o Brasil é o terceiro colocado. A CBF, aliás, tem um histórico bastante lamentável na hora (e nos motivos) das escolhas dos amistosos, mas conseguiu alguns testes importantes, antes da Copa do Mundo, diante de Alemanha, Inglaterra e Croácia, por exemplo. Agora, isso será uma raridade e temos um grande risco de que o abismo de qualidade entre o futebol europeu e o resto do mundo se torne ainda mais profundo.

É nesse cenário não muito promissor que Tite inicia o ciclo que deve levar o Brasil até a Copa do Mundo de 2022. O começo de uma renovação que tem, principalmente do meio para frente, jogadores jovens interessantíssimos que começam, agora, a chamar atenção na Europa, como Arthur, que já está no Barcelona, ou Lucas Paquetá, atualmente no Flamengo. A convocação do meia de 21 anos fez brotar notícias e análises sobre o jogador por aqui. O jornal catalão Sport afirma que o Barcelona já está de olho no que chamou da nova pérola brasileira, cravando que o “meio-campista lidera com Arthur a nova geração do futebol do Brasil. É difícil imaginar que ele fique muito tempo mais no Brasil".

Às claras Se tem um jogador comemorando este início de temporada, o nome dele é Richarlison. O ex-jogador do Fluminense chegou na Europa em julho de 2017 para jogar no Watford. Um ano depois, se tornou uma das peças mais caras do Verão europeu, ao ser negociado ao Everton. Diante de El Salvador, será titular na Seleção Brasileira. O atacante, 21 anos, tem recebido elogios da imprensa inglesa. Já são três gols marcados em três jogos. Fique de olho.

*Clara Albuquerque é jornalista e correspondente internacional