Livraria e espaço do autor: escrever na Bahia é uma aventura ingrata

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Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 09:32

- Atualizado há um ano

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Já se passaram 11 anos que o Espeço do Autor Baiano foi fechado, mesmo assim os escritores ainda não perderam a esperança de um dia vê-lo reaberto, para que possam disponibilizar livros para o público, uma vez que as poucas livrarias existentes nos shoppings de Salvador nunca foram favoráveis em abrir suas prateleiras para o autor local. Agora com a crise que estão passando, certamente dificultarão ainda mais.

Em Carta Aberta, publicada em setembro,  aos candidatos ao governo do estado, a Academia de Letras da Bahia (ALB) fez uma “defesa da cultura baiana, solicitando que firmem compromisso público para a realização de medidas que venham a favorecer áreas como Literatura, Patrimônio Cultural e Ambiental e Difusão Cultural”. No quesito “Leitura e Literatura”, um dos pedidos da ALB é: “Reabertura da livraria dedicada à divulgação do livro baiano”. 

Não tenho informações se o governador reeleito assumiu com a ALB o compromisso em atender os pontos apresentados na carta. Cada demanda é importante e merece uma atenção especial do governador e sua equipe, por se tratar de preservar e incentivar a cultura da Bahia, algo fundamental para o desenvolvimento do estado.

O ponto aqui mencionado - Livraria e espaço do autor baiano - não custaria muito aos cofres públicos, caso fosse utilizado, por exemplo, uma biblioteca para sediar o empreendimento, que se tornaria o ponto de encontro de escritores e leitores baianos da capital e do interior. Dentre os muitos espaços que o Estado poderia utilizar, a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, ou Biblioteca Central dos Barris, como é mais conhecida, seria o local ideal. O investimento para viabilizar o projeto na biblioteca é mínimo, além disso, seria mais um atrativo para movimentar aquele centro cultural tão importante para a Bahia.

Além de abrigar a livraria, o espaço também deve ter um ambiente para lançamento de livros, encontro com escritores, cursos, oficinas, palestras, recitais de poesias e um café. Assim como a ALB, a União Baiana de Escritores (Ubesc) também apoia a reabertura da livraria e espaço do autor baiano. Caso consultem os principais movimentos e instituições literárias da Bahia, acredita-se que o apoio para a volta dessa livraria seja unânime.

Escrever na Bahia é uma aventura ingrata. Se o escritor não tiver recursos para custear a produção do livro ficará com ele na graveta por muito tempo. A última edição dos editais setoriais que premiavam alguns autores ocorreu em 2016, daí em diante não foram abertas novas edições que contemplassem a área da literatura. A situação por aqui é tão desmotivadora que, até para fazer um lançamento nas bibliotecas públicas, é necessário pagar. O Espaço do Autor Baiano não resolverá todos os problemas, no entanto, deve diminuir o calvário dos artistas da palavra.

Carlos Souza Yeshua é jornalista e o organizador do Dicionário de Escritores Contemporâneo da Bahia. [email protected]

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