Livro fotográfico traz textos e imagens sobre o cotidiano de povos indígenas na Bahia

Obra do fotógrafo e antropólogo Rogério Ferrari conta com colaborações de pesquisadores e dos próprios indígenas

  • Foto do(a) author(a) Vanessa Brunt
  • Vanessa Brunt

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 13:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A luta de povos indígenas por terra e autodeterminação é contada em 64 fotografias no novo livro do fotógrafo e antropólogo Rogério Ferrari. Resultado da itinerância do artista, o trabalho apresenta novas visões sobre o cotidiano de povos indígenas na Bahia e ganha lançamento nesta quarta-feira (12), às 19h, na CasaAzul, em Vitória da Conquista. A entrada para o evento é gratuita e a obra fica por R$ 70. Em Salvador, o trabalho será lançado no dia 21, às 19h, na RV Cultura e Arte, no Rio Vermelho.

O autor, que percorreu diferentes regiões do estado para mostrar “a face, para muitos desconhecida, dos nossos parentes”, traz imagens em preto e branco para revelar a “face” dos Pataxó, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankaru, Pankararé, Tuxá, Atikun, Kaimbé, Tumbalalá, Kiriri, Kantaturé, Tuxi, Kariri-Xocó e Truká.  Fotógrafo independente, Rogério é baiano de Ipiaú e vem retratando povos de várias partes do mundo que resistem para existir. Parentes é o sétimo volume do projeto principal do autor, intitulado de Existências-Resistências.“Através dos retratos pode sugerir um autoreconhecimento coletivo e a reiteração de uma identidade negligenciada”, pontua o autor Rogério Ferrari, que retrata seus encontros pessoais em imagens que chegam nas intimidades dos povos.As fotografias são, portanto, recortes de suas vivências com comunidades indígenas de Santa Cruz Cabrália, Pau Brasil, Itaju do Colônia, Porto Seguro, Buerarema, Ilhéus, Olivença, Paulo Afonso, Curaçá, Euclides da Cunha, Banzaê, Ibotirama, Rodelas, Quijingue, Glória e Abaré, entre outros municípios baianos. O livro, que tem patrocínio do Fundo de Cultura (Secult-Ba), traz um mapa localizando cada comunidade contemplada no projeto. Rogério Ferrari escreve sobre suas experiências no livro, que traz diversos textos em meio às imagens (Foto: Divulgação) ALÉM DOS CLIQUES Mas não é somente dos cliques que Parentes é feito. A obra reúne, ainda, textos que amplificam o diálogo proposto por Ferrari com o leitor. O próprio autor escreve sobre os povos retratados, partilhando suas impressões. Além dele, outros nomes de peso para o contexto contribuem com seus escritos, como é o caso do pataxó Genilson Tacuari, que assina o posfácio. O volume conta também com contribuições de pesquisadores do Programa de Pesquisas sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro, como a de sua coordenadora, a antropóloga Maria do Rosário Carvalho, professora da Universidade Federal da Bahia – UFBA, que prefacia a obra. O antropólogo José Augusto Laranjeiras Sampaio, professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pesquisador associado do mesmo programa, faz uma análise sobre a condição das terras indígenas na Bahia. SERVIÇO Hoje, às 19h, na CasaAzul:  Vitória  da Conquista Entrada gratuita Preço do livro: R$ 70 Edição do autor, 2018 140 páginas