Livro marca encerramento das comemorações pelos 40 anos do CORREIO

Lançamento acontece nesta quarta-feira (15), em evento para convidados

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  • Laura Fernades

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

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A primeira manchete do jornal CORREIO, em 15 de janeiro de 1979, anunciou a descoberta da maior mina de ouro do Brasil e pautou os principais veículos de comunicação do país. A prática de topless no Verão da década de 1980 também virou assunto em outros estados depois de uma matéria publicada no CORREIO, jornal que foi o primeiro do Norte/Nordeste a ter um site.

Para descobrir essas curiosidades, o jornalista, pesquisador e colunista do CORREIO Nelson Cadena se debruçou sobre centenas de jornais publicados nas últimas quatro décadas. O resultado está no livro Correio – 40 Anos de Inovação, que será lançado nesta quarta-feira (15), a partir das 17h15, em evento para convidados na Bahia Marina. O encontro encerra as comemorações pelos 40 anos do jornal.

“Confesso que me senti burro quando comecei a pesquisar o CORREIO”, conta Cadena, que há 25 anos escreve para o jornal. “Apesar de ser colaborador e ligado à imprensa durante anos, eu não tinha a dimensão da importância deste jornal na vida cultural da cidade, na valorização da baianidade e no próprio jornalismo”, completa o autor, colombiano radicado no Brasil desde a década de 1970.

O lançamento de quarta-feira conclui um ciclo que contou com eventos como o Baba dos Artistas, o show de Carlinhos Brown e a Conferência Bahia 40 + O Futuro da Economia. “Vamos encerrar as ações pelos 40 anos do Correio justamente no dia em que a primeira edição do jornal foi publicada, há 41 anos, lançando o livro que conta sua história. A sensação é de dever cumprido”, comemora a gerente comercial do CORREIO, Luciana Gomes.

Líder Ao longo de 40 capítulos, Cadena destaca os principais momentos do veículo de comunicação criado por Antonio Carlos Magalhães (1927- 2007). “Um dos maiores homens públicos do Brasil”, ACM também era “jornalista profissional, integrante do quadro do jornal O Estado da Bahia, pertencente aos Diários Associados, e tinha um sonho: fundar um jornal”, lembra Antonio Carlos Júnior, presidente da Rede Bahia, no prefácio. Antonio Carlos Júnior é presidente da Rede Bahia (Foto: Divulgação) "O Correio continua líder absoluto, produzindo um jornalismo sério, ético e, como sempre, comprometido com os maiores interesses do estado da Bahia. E sempre atento aos novos desafios tecnológicos e mercadológicos que a era digital impõe ao mundo moderno" - Antonio Carlos Júnior, presidente da Rede BahiaAssim, a obra destaca curiosidades, reportagens e prêmios, além de fatos marcantes do jornal que é líder em circulação, segundo o IVC (Instituto Verificador de Comunicação) de outubro de 2019. “Foi uma experiência muito rica, de aprendizado, de entender a importância desse jornal para a sociedade”, reforça Cadena.

Líder em audiência no Nordeste, em visualizações e visitas, o CORREIO é hoje um dos dez jornais mais lidos do Brasil no mobile e isso é destacado no livro. “A gente precisa seguir firme no jornalismo profissional, que garante conteúdo bem apurado, com informação e credibilidade. E precisamos publicar nosso conteúdo em várias plataformas de forma inovadora”, destaca a editora-chefe do CORREIO, Linda Bezerra.

Diretora e acionista do jornal, Renata Correia defende que a era digital chegou para ficar. Para ela, a missão agora é saber como superar os desafios para os próximos 40 anos. “O Correio carrega na sua história importantes marcos que refletem estarmos na vanguarda atualmente, garantindo acesso às notícias de forma rápida, democrática e com credibilidade”, afirma. Renata Correia é diretora e acionista do jornal Correio (Foto: Divulgação) "A era digital chegou para ficar e saber como superar os desafios para construir os próximos 40 anos tem sido uma tarefa bastante desafiadora" - Renata Correia, diretora e acionista do jornal CorreioInovação O livro Correio – 40 Anos de Inovação destaca, ainda, a importância de cadernos como Bazar, Correio Repórter e Folha da Bahia, que tinha como editora Isabela Larangeira, responsável pela edição do livro. “Nós sempre procurávamos aquilo que era mais novo na cidade, para trazer as novidades da rua para a redação. E uma marca do Folha era a diversidade da equipe: um mais moderno, outro mais careta”, lembra Isabela.

Além disso, a obra ressalta projetos como o Correio de Futuro e eventos como o Agenda Bahia e o Afro Fashion Day. O livro também realça a ousadia da mudança do formato que ocorreu em 2008 e, a partir do ano seguinte, foi conduzida pelo então diretor-executivo Sergio Costa (1961-2016). “As capas criativas deram ao Correio uma quantidade enorme de prêmios nacionais e internacionais. Isso se fortaleceu com Sérgio”, lembra Cadena. Para o autor, o jornal continua inovando e a edição de fim de semana é um exemplo.

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O projeto de reformulação que deu origem à edição de fim de semana conquistou bronze na categoria Redesenho no ÑH19, um dos prêmios mais importantes da Ibero-América. “É super importante ter uma presença de design gráfico no livro, até para honrar esse histórico que o Correio tem de cuidado com a linguagem gráfica”, reforça Iansã Negrão, editora de arte do CORREIO, que assina o design do livro.

Responsável pela reprodução das fotos que compõem o livro, a editora de fotografia do CORREIO, Sora Maia, concorda. “É muito bom participar dessa comemoração através de um produto tão bem cuidado e que traz grandes momentos da história da cidade contada pelo Correio”, comemora.

O projeto Correio 40 Anos tem oferecimento Bradesco, patrocínio Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional Prefeitura de Salvador, apoio Vinci AirPorts, Sesi, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Sebrae, Itaipava Arena Fonte Nova, Santa Casa da Bahia e Coelba.

5 curiosidades sobre o CORREIO

1. Foi o primeiro jornal do Norte e do Nordeste a ter uma página na internet. 2. Até 31 de dezembro de 2019, produziu 13.575 capas de jornal, sendo 9.457 em formato standard. 3. A primeira edição do CORREIO foi para as ruas em 15 de janeiro de 1979, com 68 mil exemplares, 92 páginas e mais de 50 anúncios publicitários. 4. Foi o primeiro jornal a ter caderno de informática no Nordeste e Nordeste 5. Mino Carta (criador da Carta Capital) foi consultor editorial por três meses e concordou em escrever o editorial de estreia. Neste, Mino narrou seu estranhamento em receber um telefonema de ACM após sua demissão da Veja: “Me surpreendi com aquele telefonema... Tocado pelo fato de que uma autoridade do governo estava querendo conversar com um opositor do regime”.

5 fatos publicados pelo Correio que repercutiram no Brasil

1. “Descoberta na Bahia a maior mina de ouro do Brasil” foi a primeira manchete do Correio, em 15 de janeiro de 1979. A notícia sobre Área Weber, a 240 km de Salvador, pautou veículos como Jornal Nacional e Jornal do Commercio. 2. Uma declaração feita por Gilberto Gil também deu o que falar. Em janeiro de 1979, Gil chamou “comunistas e socialistas” de “tremendos beócios” (ignorantes, boçais). A entrevista do CORREIO repercutiu em todo o país. 3. Publicada em primeira mão, a informação de que o presidente Figueiredo enviaria ao Congresso uma proposta de anistia parcial virou assunto em todo o país, no dia seguinte à veiculação da matéria, em 1979. 4. A prática de topless em Salvador, no Verão de 1980, também virou assunto no país depois de uma matéria do CORREIO. O Jornal da República, de Mino Carta, questionou a reportagem com o título “Topless livre? Tudo ilusão” e a legenda de uma foto A Bahia não chegou a tanto”. 5. Outra notícia que foi parar na imprensa mundial foi a entrevista que o cantor Milton Nascimento concedeu ao colunista Osmar Marrom Martins, no primeiro ano do jornal, na qual ressaltou a importância do Clube da Esquina em sua sua carreira.

5 Capas que se destacaram

1. A Certidão do Descaso  Publicada em 4 de junho de 2009, ilustrada com o atestado de óbito de uma idosa que aguardou atendimento por 140 horas em um posto médico de Periperi e morreu ao cair da maca. Primeira página concebida por Sergio Costa, foi finalista do Prêmio Esso. 2. Vice  Veiculada em 5 de agosto de 2010, marcou a derrota do Esporte Clube Vitória, na Copa Brasil, e gerou polêmica ao colocar as cores do time com uma estrela caindo do alto do escudo do clube. 3. Vai com Deus, mãe  Publicada em 30 de agosto de 2010, mostra uma foto aérea da implosão da velha Fonte Nova, feita pelo então editor de fotografia, Marcio Costa e Silva. 4. A Vida É um Sopro  A capa de 6 de dezembro de 2012, fez uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer (1907- 2012) um dia após sua morte, com retrato-esboço feito por Morgana Miranda. 5. Quem Eles Andam Idolatrando na Web  Veiculada em 28 de abril de 2019, foi a primeira capa do jornal de domingo. O projeto de reformulação conquistou bronze na categoria Redesenho no ÑH19, extensão latino-europeia do Best of Newspaper Design, da Society for News Design (SND), um dos prêmios mais importantes da Ibero-América.