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Interrogado em ação sobre corrupção na Petrobras, Luz relatou ao juiz da Lava Jato ter usado conta em um banco na Suíça, para realizar pagamentos ilícitos
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2017 às 08:05
- Atualizado há um ano
O lobista Jorge Luz, apontado como operador de propinas do PMDB, afirmou, ontem, ao juiz Sérgio Moro que intermediou propina aos senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA) e também ao deputado Anibal Gomes (CE). Interrogado em ação penal sobre corrupção na Petrobras, Luz relatou ao juiz da Operação Lava Jato ter usado a conta Headliner, em um banco na Suíça, para realizar os pagamentos ilícitos. Jorge Luz está preso preventivamente desde 25 de fevereiro por ordem de Moro. O filho dele, Bruno Luz, também está custodiado. Segundo denúncia da força-tarefa da Lava Jato, pai e filho atuaram como representantes dos interesses de parlamentares e funcionários públicos da Petrobras corrompidos para recebimento de propina em contratos de aquisição e operação de navios-sonda da Área Internacional da estatal. Renan, Jader e Anibal têm, reiteradamente, negado de forma enfática recebimento. Jorge e Bruno foram alvos da 38ª fase Operação Lava Jato, batizada de Blackout, em referência ao sobrenome dos investigados. Eles respondem pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação de Jorge e Bruno na Petrobras teria resultado no pagamento de R$ 40 milhões em propinas ao longo de dez anos, especialmente na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitória 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener (maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a empresa Eletroengenharia. De acordo com a investigação, a maior parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos. O procurador da República Diogo Castor de Mattos afirmou na época da prisão que esses políticos gozavam de foro privilegiado.Os integrantes da força-tarefa do MPF disseram ainda que os dois atuavam na diretoria comandada por indicados pelo PMDB. Eles também agiam esporadicamente na Diretoria de Abastecimento e na Diretoria de Serviços da estatal, áreas que sofriam influência do PP e do PT, respectivamente.