A torcida do Bahia não mediu esforços para tentar um lugar dentro da Fonte Nova para acompanhar a final da Copa do Nordeste, contra o Sport. Após o anúncio de um lote extra de 3.100 bilhetes, os torcedores passaram a noite nos entornos da Arena. Por volta das 23h de terça-feira já era possível encontrar grupos à espera do início das vendas.
O vendedor Rafael dos Santos afirma ter chegado ao estádio por volta de 1h30. Ele conta que faltou ao trabalho, em uma loja no shopping, para tentar garantir o ingresso. "Vim andando de madrugada da Liberdade. Quando cheguei já tinha umas 150 pessoas. Para passar o tempo a gente ficou jogando bola aqui na rua", contou ele.
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Tricolores aproveitaram o tempo na fila para pegar o baba e jogar dominó na Ladeira da Fonte (Foto: Gabriel Rodrigues/CORREIO) |
O mesmo fez um grupo de amigos que saiu de Lauro de Freitas para tentar a sorte na fila. Eles chegaram por volta das 5h e, no meio da rua, iniciaram uma roda de dominó. "Saímos de Lauro 4h30, para o Bahia vale tudo. Falaram que não ia ter ônibus, oxe eu vinha andando. Bahia é uma religião", afirmou o estudante de direito David Oliveira.
Quem não conteve a ansiedade foi o representante comercial Fábio Azevedo. "Eu estava em casa, eram 23h quando eu soube dessa carga. Fiquei pensando na segurança, mas virava para um lado, virava para o outro e nada de dormir. Pensei: sabe de uma? Peguei a moto, comi uma feijoada e vim pra cá. cheguei aqui 1h40", disse ele, que saiu do São Caetano.
Quem não teve a mesma sorte foi o porteiro Edvaldo Ramos de Souza. Famoso por se fantasiar de Capitão América, ele chegou por volta das 7h e tomou um susto com a fila, que já estava nas imediações do Dique do Tororó. "Vou ter que dar algum pinote, usar os meus poderes", brincou. Edvaldo, no entanto, acabou comprando o ingresso na mão de um dos cambistas que circulavam livremente entre os torcedores.
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O Capitão América Tricolor se assustou com o tamanho da fila e comprou ingresso com cambista (Foto: Gabriel Rodrigues/CORREIO) |
Portões abertos
Por volta das 10h os primeiros torcedores começaram a ter acesso às bilheterias internas da Arena Fonte Nova. Agentes da Polícia Militar organizavam a fila para impedir a ação dos 'furões'. Em certo momento os policiais chegaram a usar gás de pimenta para dispersar a aglomeração.
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O vigilante Alan Mascarenhas (centro) chegou por volta das 22h na Fonte e foi um dos primeiros a garantir o ingresso (Foto: Gabriel Rodrigues/CORREIO) |
O vigilante Alan Mascarenhas foi um dos primeiros a comprar o ingresso e vibrou com a 'conquista'. "Cheguei na Arena por volta das 22h. Fiquei aqui conversando com a galera, batendo o baba na rua. Depois eu tive que sair, fui fazer uma prova e voltei. A torcida do Bahia é uma loucura, só ela mesmo para fazer uma festa dessa", disse.