Lúcia Menezes monta painel da música brasileira

Cantora cearense grava de Chico Anísio a Paulo César Pinheiro em seu sexto disco, com participação de Chico Buarque e Miúcha

Lúcia Menezes nasceu em Itapipoca, no Ceará, e mora no Rio de Janeiro (Foto: Léo Aversa/Divulgação)Em 2008, Lúcia Menezes foi indicada ao Prêmio de Música Brasileira, na categoria cantora regional, por seu disco Pintando e Bordando. Na época, ela brincou: “É realmente um disco regional. Regional de todo o Brasil”, dizia em referência à diversidade de seu repertório, que ia de Vander Lee a Paulo César Pinheiro.

Em seu sexto álbum, Lúcia (Biscoito Fino), a receita é a mesma: tem de Chico Buarque a Jorge Mautner, passando por Luiz Gonzaga. “Não faço nenhuma questão de ser pop e nem de gravar canções inéditas. Gosto mesmo é de gravar música de qualidade”, diz a cearense de Itapipoca.

O novo álbum vem com o aval de um ídolo de Lúcia: Chico Buarque, que ela mesma convidou para uma participação na canção Desencontro. A cantora o conheceu no Rio, onde mora. Um dia, por acaso, o encontrou num estacionamento e conversou com ele. Passados alguns anos, conheceu, num estúdio musical, Miúcha, irmã do compositor. Ficou amiga dela e chamou-a para participar do disco.

Acabou tomando coragem para chamar Chico também, que topou. “Disse a ela que queria ter os dois Buarques no disco e ela disse para chamá-lo”. Ele já havia ouvido Lúcia cantar outra canção sua, Samba de um Grande Amor, e havia aprovado a gravação. “Passei um email convidando-o para cantar comigo e disse que esperava a resposta fazendo figa. No outro dia, recebi pelo celular a resposta positiva”, comemora.

Mas a origem nordestina de Lúcia está bem marcada no disco, em músicas como A Letra I, de Luiz Gonzaga (1912-1989), e A Fia de Chico Brito, do humorista Chico Anysio (1931-2012). “Queria uma música com a cara do Nordeste. Conheço essa desde que me entendo na vida e estava meio esquecida. Aí meu marido me mostrou e comecei a lembrar a letra”, diz Lúcia.