Mais de 100 pessoas foram tratadas para esquistossomose em Lençóis, diz Sesab

Casos da doença se concentram nas localidades Remanso e São José

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  • Amanda Palma

Publicado em 22 de junho de 2017 às 05:08

- Atualizado há um ano

Mais de 100 pessoas já foram tratadas para esquistossomose em duas localidades do município de Lençóis, desde o dia 31 de maio. As informações são da Secretaria estadual de Saúde (Sesab), que está no município desde o dia 3 de maio, após casos de turistas terem contraído a doença no início desde ano, após visitarem o Poção, localizado na Fazenda Santo Antônio. Três pontos turísticos foram interditados na Chapada Diamantina após os casos da doença.

Segundo a Sesab, o tratamento dos casos positivos começou no dia 31 de maio e, até o momento, 105 pessoas foram tratadas nas localidades Remanso e São José. Segundo o pesquisador da FioCruz, Mitermayer Galvão, o número não pode ser considerado alto, visto que a região da Chapada Diamantina é considerada endêmica da doença. "Não é alto. O mais importante é saber que eles estão examinando as comunidades que ficam no entorno das coleções hídricas, não é a cidade de Lençóis. Estão tratando pessoas que estão do lado e que estão contribuindo para o risco de infecção", explica.

Equipes da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP) e do Núcleo Regional de Saúde (NRS) Centro Leste (Feira de Santana e Seabra) selecionaram 25 localidades no município, considerando o percentual de positivos até o ano de 2008, a localização geográfica das localidades (proximidade de rios, cachoeiras), locais turísticos em geral e população ribeirinha. De acordo com a Sesab, em 20 localidades foram concluídos o levantamento coproscópico (diagnóstico realizado através do exame parasitológico das fezes) e cinco localidades estão com as atividades em andamento. "Quanto ao levantamento malacológico (estudo dos moluscos) foram realizadas pesquisas em 04 localidades que margeiam os rios", diz a secretaria, em nota.

No ano passado, em toda a Bahia foram notificados 532 casos da doença através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) - para onde são encaminhadas informações de áreas não endêmicas, como é o caso de Lençóis - e outros 2.853 pela rede de atenção básica.

O CORREIO entrou em contato com o secretário de Saúde de Lençóis, Marno Azevedo, que disse não ter estimativas de números de casos da cidade, já que aguarda que os dados sejam informados pela Sesab.

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