Segundo pesquisa divulgada pela agência Hello Research nesta semana, mais de 60% dos brasileiros desaprovam as novas regras da aposentadoria, sancionadas pela presidente Dilma Rousseff no início de novembro. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em mais de 70 cidades das diferentes regiões do Brasil.
De acordo com o levantamento, 61% dos entrevistados consideram as novas regras piores do que as que estavam em vigor. Apenas três por cento dos entrevistados aprovaram as mudanças, sete por cento disseram que as propostas são iguais e 29% não souberam responder.
A região Nordeste apresentou índice de rejeição de 65%, sendo menor apenas do que o Sul do país, que foi de 68%. O Norte do Brasil foi a região de menor rejeição, 55%. Ainda segundo a pesquisa, 67% dos entrevistados disseram ter conhecimento sobre as novas regras e 58% sabem dizer o que mudou.
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(Foto: Arisson Marinho/Correio) |
Mudanças
Entre as mudanças da lei aprovada pelo Congresso e a proposta inicial do governo está a questão da progressividade, que passa a ser elevada em um ponto a partir de 31 de dezembro de 2018 e não mais no final do ano que vem, como proposto no texto original.
“Quem puder se aposentar agora deve iniciar logo o processo no INSS, uma vez que posteriormente a pontuação será aumentada”, afirma Nildes Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Direitos Previdenciários, Acidentários e Consumidor (Abprev).
A fórmula 85/95 prevê o acréscimo de um ponto a cada dois anos e a progressão será limitada em 31 de dezembro de 2026, quando a soma passará a ser de 90 pontos para as mulheres e 100 pontos para os homens. O motorista Jurandir Nascimento já se beneficiou com a aplicação da 85/95. Com 60 anos de idade e 35 de carteira assinada, ele somou os 95 pontos exigidos. “Enxerguei mais vantagem. Consegui me aposentar com um valor mais alto do que se eu tivesse optado pelo fator previdenciário”, comemora.