Assine

Mais de 87% das crianças baianas ainda não foram vacinadas contra pólio e sarampo


 

Crianças de 1 ano a menores de 5 anos devem ser imunizadas até dia 31

  • Da Redação

Publicado em 14/08/2018 às 20:39:00
Atualizado em 05/05/2023 às 04:44:08
. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO Das 849.361 crianças baianas que compõem o público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo, apenas 103 mil foram imunizadas contras as doenças até esta terça-feira (14), de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 105.594 crianças de 1 ano a menores de 5 anos foram vacinadas contra a poliomielite desde o início da campanha no estado (12,43% do público); e 103.442 mil baianinhos (12,18%) estão protegidos contra o sarampo.

Diante do quadro, mais de 87% ainda precisam ser levados por pais ou responsáveis a um posto de saúde até o próximo dia 31 – ao todo, foram disponibilizadas para a Bahia 2.142.310 de doses das vacinas VIP, VOP e Tríplice Viral.

Em todo o país, 3,6 milhões de doses das vacinas já foram aplicadas. Foram 1,808 milhão de crianças vacinadas contra a pólio e 1,801 milhão contra o sarampo. O quantitativo corresponde a cerca de 16,13% do público-alvo nacional para a pólio e 16,07% para o sarampo. Ao todo, o Ministério da Saúde convoca mais de 11 milhões de crianças para a campanha deste ano, que é indiscriminada. Por isso, todas as crianças nessa faixa etária devem se vacinar, independentemente da situação vacinal. 

Para tentar aumentar o percentual de imunizados, será realizado no próximo sábado (18) o Dia D de mobilização nacional para a vacinação, quando mais de 36 mil postos estarão abertos. Em Salvador, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), serão 125 postos de vacinação, além de postos volantes. A meta é vacinar 95% das 134 mil crianças da cidade que se enquadram no perfil da campanha.

[[publicidade]]

Doses Para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a gotinha. 

Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice viral, independente da situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.

"Desta forma, criamos uma imunidade de grupo. Rapidamente teremos a oportunidade de garantir que, mesmo que os vírus da pólio e sarampo entrem no país, não encontrem uma fonte de infecção”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, em nota divulgada pela pasta. 

Ela também ressalta que é uma oportunidade de corrigir falhas vacinais. “As crianças, por terem o sistema imunológico mais frágil, podem não responder imunologicamente à vacina”, esclarece a coordenadora.

Até o momento, 996 municípios ainda não registraram os dados sobre as doses aplicadas durante a campanha no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) do Ministério da Saúde. A pasta reforça que estados e municípios devem manter o sistema de informação devidamente atualizado para ter conhecimento da real situação da cobertura vacinal no país.

Entre os estados com melhor cobertura vacinal neste momento estão: Rondônia, com 45,01% para a pólio e 43,84% para o sarampo, seguido por São Paulo com 28,35% pólio e 27,91% sarampo. Entre as coberturas mais baixam, destacam-se: Amazonas, com 3,23% do público-alvo vacinado para pólio e 3,24% para sarampo e Roraima, que tem 4,98% pólio e 3,60% sarampo. 

O Ministério da Saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estão disponibilizadas no SUS. Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídos em todo o país.

Casos de sarampo O Ministério da Saúde atualizou, nesta terça (14), as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. 

Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até o dia 14 de agosto, foram confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas, 5.630 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 296 casos da doença e 101 continuam em investigação. Entre os confirmados, 17 casos foram atendidos no Brasil e recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.

No último dia 27, o CORREIO divulgou uma lista da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) com as 60 cidades baianas que estão com alto risco de surto de sarampo e de outras 12 que estão com risco ‘muito alto’. Desde 2015 a meta de imunizar 70% da população contra a doença não está sendo cumprida. Clique aqui para ver a lista das cidades.

Os surtos no Norte do país estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017.  Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará (2). O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário aos Estados. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.

Até o momento, no Brasil, foram confirmados 5 óbitos por sarampo, sendo 4 óbitos no estado de Roraima (3 em estrangeiros e 1 em brasileiro) e 2 óbitos no estado do Amazonas (brasileiros).