Mais uma criança morre sob custódia de agentes da fronteira dos EUA

Menina de 8 anos também vinha da Guatemala. É segundo caso em um mês

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  • Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2018 às 15:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

Mais uma criança morreu na guarda da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos EUA depois de tentar atravessar ilegalmente a fronteira entre o país e o México, nesta terça-feira (25), segundo o The Washington Post. Segundo o jornal, o menino tem 8 anos e é da Guatemala, mesmo país de origem de outra garota de sete anos que morreu em meados desse mês de desidratação e choque séptico após ser detida na fronteira.

Acompanhado do pai, o garoto foi levado ao Gerald Champion Regional Medical Center por conta da gripe na véspera do Natal. Lá, acabou-se percebendo que o menino também tinha febre. Ele ficou então mais 90 minutos na unidade e saiu de lá com prescrição para tomar antibióticos e Ibuprufeno. À noite, o garoto piorou e passou a vomitar muito, sendo levado de volta ao hospital. Ele faleceu hoje.

A causa da morte do garoto ainda é ignorada.As autoridades afirmaram que uma investigação vai apurar as ações que levaram à morte, avaliando o papel da CBP.

Após a morte da primeira criança, houve muita polêmica nos EUA por conta da política linda dura do governo americano e das condições de detenções nas estações da Patrulha de Fronteira e da CBP. Os críticos dizem que as estalações não têm condições de lidar com o número cada vez maior de famílias que buscam asilo nos EUA. Também criticam a prática de muitas vezes separar crianças dos pais.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) atribuiu a morte da primeira menina à "falta de prestação de contas e a uma cultura de crueldade na CBP". "O fato de que tenha demorado uma semana para que esses fatos viessem à luz mostra a necessidade de transparência na CBP. Apelamos por uma investigação rigorosa sobre como essa tragédia aconteceu e por reformas sérias para prevenir futuras mortes", disse na ocasião Cynthia Pompa, gerente de operações do ACLU Border Rights Center, em comunicado.

Tolerância zero O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem feito da tolerância zero com a imigração ilegal um dos eixos da sua administração, o que provoca críticas e acusações de que demoniza os migrantes com o objetivo de obter frutos políticos. Uma caravana de milhares de migrantes centro-americanos chamou a atenção. Eles chegaram a Tijuana, México, ao sul de San Diego, Califórnia, em um desafio a Trump, que denuncia uma "invasão". Mas os migrantes, que fogem da pobreza e da violência, arriscam suas vidas em viagens perigosas pelo Novo México, Texas e Arizona, para chegar aos Estados Unidos. Para conter os migrantes, Trump deseja construir um muro na fronteira com o México. Ele ordenou a mobilização de milhares de soldados e separou mais de 2 mil crianças migrantes de seus pais como parte da política de "tolerância zero" com a imigração ilegal. (Com agências internacionais).