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Estudo será conduzido no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia
Gabriel Amorim
Publicado em 22 de setembro de 2020 às 05:30
- Atualizado há um ano
Voluntários baianos vão testar mais uma vacina contra a covid-19 nos próximos dias. O medicamento é da farmacêutica Jansen-Cilag, desenvolvido em parceria entre Estados Unidos e Bélgica. Atualmente, a proposta da Jansen-Cilag é uma das seis vacinas que já estão na terceira e última fase de testes – esta última é a fase de teste em larga escala em humanos.
Na Bahia, até mil voluntários devem ser escolhidos para testar o medicamento. Voluntários de outros seis estados completam o estudo no Brasil: Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No total, está prevista a aplicação dos testes em sete mil brasileiros. Ao redor do mundo, a vacina será testada por até 60 mil voluntários.
Segundo a assessoria do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia, administrado pela Ebserh (Hupes/UFBA-Ebserh), que vai conduzir o protocolo da pesquisa, o recrutamento de voluntários para os testes que começaria nesta segunda-feira, 21, deve ser iniciado nos próximos dias, “em razão de mudanças com a farmacêutica”.
Coordenador do estudo na Bahia, o médico Carlos Brites explica o que é necessário para se tornar voluntário. “Inicialmente, serão aceitos candidatos com idade a partir de 18 anos, sem comorbidades”, diz o médico que é professor de infectologia da Faculdade de Medicina da UFBA e Coordenador do Laboratório de Pesquisa em Infectologia do Hupes. Para pré-inscrição, os interessados podem enviar dados como nome, contato, idade, e se têm ou não doenças crônicas para [email protected]. O CORREIO entrou em contato com o coordenador, que disse ainda não estar autorizado a divulgar novas datas ou informações adicionais.
Outras vacinas Além da vacina a ser estudada no Hupes, outros dois medicamentos estão sendo avaliados na capital baiana. Uma delas é a vacina BNT162b2, desenvolvida pelas empresas BioNTech e Pfizer, com estudos realizados em São Paulo (Centro Paulista de Investigação Clínica) e na Bahia (Centro de Pesquisa Clínica das Obras Sociais Irmã Dulce).
Segundo a assessoria da Osid, o número de voluntários que participará dos testes saltou da meta inicial de 500 para 1 mil pessoas e a expectativa é finalizar o processo até hoje. Segundo as Obras Sociais, cada voluntário recebe apenas uma dose, uma parte deles recebe a vacina verdadeira e a outra o placebo. Caso a eficiência da vacina seja confirmada, aqueles que receberam o placebo voltam para receber a imunização de fato. Todos os voluntários serão acompanhados por cerca de 2 anos.
Outra vacina em teste é o medicamento desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, que chegou a ser suspenso depois que uma reação adversa ocorreu no Reino Unido. A interrupção, no início de setembro, durou poucos dias. Na época, o Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, responsável pela testagem, afirmou que a parada era comum. Em Salvador, o estudo vai contar com 2.500 pessoas.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Riberio