Major diz que matou mulher dentro de escola em Castelo Branco por ciúmes

Ele suspeitava de traição da mulher. Crime aconteceu em escola onde ela era professora e vice-diretora

Publicado em 13 de maio de 2016 às 20:48

- Atualizado há um ano

Professora foi morta dentro de escola(Foto: Reprodução/Facebook)O major Valdiógenes Almeida Cruz Júnior, 45 anos, subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM/Iguatemi), foi autuado em flagrante por homicídio qualificado pela morte da professora Sandra Denise Costa Alfonso, 40, dentro de uma escola em Castelo Branco na manhã desta sexta-feira (13). Os dois estavam casados há 21 anos e tinham uma filha adolescente. O major alegou como motivação para o crime ciúmes, afirmando que desconfiava de uma traição da mulher.

Depois de cometer o crime, dentro da escola onde Sandra era professora e vice-diretora, o major fugiu. Ele se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) agora à noite, acompanhado de prepostos da Corregedoria dos Bombeiros e de advogados. Ele foi autuado em flagrante pelo delegado José Bezerra.

Valdiógenes entregou no DHPP a arma usada no crime, uma pistola ponto 40 de uso pessoal, que estava com oito cartuchos intactos. Em depoimento, ele confessou o crime e afirmou que agiu motivado por ciúmes. Ele disse que atirou depois de uma discussão sobre uma possível traição. 

Sandra tinha ferimentos nas pernas, clavícula e cabeça. A perícia irá definir quantos tiros atingiram a vítima. Professora tinha filha de 15 anos com o marido (Foto: Reprodução/Facebook)O delegado Marcelo Sansão, à frente do caso, ouviu testemunhas hoje à tarde. Todos confirmaram que o major atirou na esposa quando os dois estavam sozinhos em uma sala da Escola Municipal Esperança de Viver. 

O major ficará preso no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas.

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CrimeO bombeiro chegou na escola perto do horário de saída dos alunos e pediu para falar com a mulher. Os dois foram juntos para uma sala vazia. Ele atirou contra a mulher e depois fugiu pulando o muro. Sandra não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da escola. Testemunhas disseram a policiais da 47ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) que não ouviram discussão entre os dois.

Segundo a Secretaria da Educação, Sandra era uma professora muito querida na escola, que fica na Terceira Etapa de Castelo Branco. O crime causou comoção entre os alunos.

"Era uma pessoa maravilhosa, foi professora do meu filho e era amiga da minha família. Tinha um projeto lindo aqui na escola, atendia às crianças especiais", disse ao CORREIO a doceira Eline Pereira, 29 anos.Quando corpo de professora foi retirado de escola, população aplaudiu (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)Uma professora da instituição disse que não estava na escola no momento do crime. "Me ligaram e eu vim para cá. Não sei se foi na frente dos alunos, mas ainda era horário de aula. Ela era uma pessoa maravilhosa, alegre, alto astral", contou Liliana Sampaio, 40.

A Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou que Sandra ingressou na rede municipal em 2007 e desde 2010 atuava na Escola Municipal Esperança de Viver. "Sua conduta como servidora foi sempre exemplar. Profissional atuante e comprometida, Sandra era muito querida pelos alunos e colegas de trabalho e o assassinato dela consternou a todos", lamentou, em nota, a Smed. 

As aulas na unidade em que a professora estudava estão suspensas por tempo indeterminado. A Smed está informando toda assistência necessária com auxílio de psicólogos e assistentes sociais aos familiares da vítima, bem como alunos e funcionários da escola.