Major que matou professora chorou durante depoimento na Polícia Civil

Durante as 5h de depoimento no DHPP, Valdiógenes disse que estava arrependido do crime

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  • Bruno Wendel

Publicado em 16 de maio de 2016 às 17:39

- Atualizado há um ano

Preso pelo assassinato da mulher, a professora Sandra Denise Costa Alfonso, 40 anos, baleada na última sexta-feira (13) numa escola municipal em Castelo Branco, o major Valdiógenes Almeida Junior, 45, chorou durante todo o depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele disse que estava arrependido durante as cinco horas em que foi interrogado pelos delegados Marcelo Sansão, coordenador da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), e José Bezerra, diretor do DHPP, que passou as informações ao CORREIO através da assessoria de comunicação da Polícia Civil.

Bezerra confirmou que o major disse ter utilizado um aplicativo espião para ter acesso às mensagens de texto que a mulher recebia no celular.Sandra Denise e o marido, suspeito do crime(Foto: Reprodução)A versão foi apresentada pelo advogado do major, Sérgio Reis, e divulgada com exclusividade pelo CORREIO. Porém, segundo a polícia, só será possível confirmar a versão após os laudos. Foram encaminhados para perícia os celulares da vítima e do major, bem como um notebook que pertence a Valdiógenes. Também foram solicitados laudos cadavérico e em local do crime, microcomparação balística, além de exame de corpo de delito do autor.

Subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM/Iguatemi), Valdiógenes foi preso em flagrante por homicídio duplamente qualificado (impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio). “Não vejo a necessidade da prisão em flagrante porque assim que cometeu o crime, o major foi apresentado à polícia. Para ser flagrante, tinha que ter havido uma busca ao major, o que não aconteceu”, afirmou o advogado do autor, Sérgio Reis.

No entanto, o delegado Bezerra disse que a comunicação não foi feita imediatamente e a apresentação do assassino confesso só aconteceu 7 horas depois do crime. Ele disse ainda que todo o trabalho de polícia judiciária adotado esteve "de acordo com o que determina a lei".

Segundo a polícia, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva no sábado, um dia após o crime. Isso em razão da gravidade da situação e pelo entendimento da necessidade de manter o autor em custódia durante o andamento do inquérito policial.DepoimentosA polícia já ouviu quatro pessoas, entre familiares e funcionários da escola onde a professora trabalhava. O inquérito tem um prazo de até dez dias para ser concluído. Questionado se acredita que o crime foi premeditado, o delegado respondeu, por meio da assessoria, que "é preciso aguardar o andamento das investigações".